Um caso peculiar de discriminação religiosa chamou a atenção internacional nesta semana. Um advogado britânico foi detido temporariamente no Aeroporto de Manchester após exibir uma corrente com a Estrela de Davi durante um voo da easyJet.
O incidente a bordo
O advogado, identificado como Anthony Mordechai Zvi, embarcou em um voo da easyJet com destino a Berlim quando foi abordado pela tripulação. Os funcionários da companhia aérea consideraram seu colar com a Estrela de Davi - um símbolo religioso judaico milenar - como "potencialmente ofensivo para outros passageiros".
"Fui tratado como uma ameaça simplesmente por expressar minha identidade judaica", relatou o advogado em entrevista posterior. "Explicei que se tratava de um símbolo religioso, mas a tripulação manteve sua posição."
Detenção e interrogatório
Ao pousar em Manchester, Zvi foi detido pela polícia local e submetido a um interrogatório. As autoridades questionaram suas intenções e o significado do símbolo que portava. Após quase uma hora de questionamentos, o advogado foi liberado sem qualquer acusação formal.
"O mais irônico é que eu estava voltando justamente de uma conferência sobre combate ao antisemitismo", destacou Zvi, evidenciando a contradição do situação.
Reação da easyJet e repercussão
A easyJet emitiu um comunicado afirmando que "lamenta qualquer angústia causada" e que está revisando seus procedimentos. A companhia destacou seu compromisso com a diversidade e inclusão, mas manteve que a tripulação agiu de acordo com protocolos de segurança.
Organizações judaicas no Reino Unido expressaram preocupação com o caso, classificando-o como um exemplo de discriminação religiosa disfarçada de protocolo de segurança.
Questões mais amplas
Este incidente levanta questões importantes sobre:
- O limite entre segurança e discriminação religiosa
- A liberdade de expressão de símbolos religiosos em espaços públicos
- O treinamento de equipes de companhias aéreas para reconhecer símbolos religiosos
- O aumento do antisemitismo disfarçado de protocolos de segurança
O caso continua sendo investigado tanto pela easyJet quanto por organizações de direitos civis, servindo como um alerta sobre a necessidade de equilíbrio entre segurança e respeito à diversidade religiosa.