
O mercado imobiliário brasileiro está dando sinais de cansaço — e o vilão, como sempre, tem nome e sobrenome: taxas de juros estratosféricas. Uma pesquisa recente do setor escancara o que todo mundo já sentia no bolso: tá impossível comprar um teto pra chamar de seu.
Não é exagero. Os números são tão assustadores quanto aquela parcela do financiamento que você calculou no app do banco e depois deletou rápido, fingindo que nunca viu. "Melhor nem sonhar", pensou, não foi?
O peso dos juros no bolso do brasileiro
Quando o assunto é crédito imobiliário, parece que estamos numa montanha-russa — só que sem a parte divertida. Enquanto a Selic cai (aos trancos e barrancos), os bancos seguram as pontas como se o país ainda estivesse na casa dos dois dígitos. Resultado? Taxas médias de 10% ao ano, quando muito.
Pra você ter ideia:
- Um apartamento de R$ 300 mil pode custar quase o dobro no final do financiamento
- As vendas caíram 15% no último trimestre em São Paulo — e não foi por falta de vontade
- Até os lançamentos estão minguando, com queda de 20% em alguns estados
E olha que a gente nem chegou na parte mais cruel: os requisitos pra aprovação. Tá mais fácil passar no vestibular de medicina do que convencer o gerente do banco que você merece um empréstimo.
Efeito dominó no setor
O problema não para no consumidor final. Construtoras estão repensando projetos, corretores estão migrando pra vender até geladeira usada — e o ciclo vicioso só piora. "É como tentar nadar com uma âncora amarrada nos pés", define um empresário do ramo que prefere não se identificar.
E não adianta culpar só os bancos. A burocracia, os impostos embutidos no preço dos imóveis e a instabilidade econômica formam um coquetel explosivo que afasta até os investidores mais corajosos.
Enquanto isso, o sonho da casa própria vai ficando mais distante — especialmente pra geração que já nasceu pagando aluguel. Será que vamos ter que esperar outra crise mundial pra ver juros civilizados de novo? A pergunta que não quer calar.