Telemarketing em alta: setor abre portas para jovens sem experiência no mercado de trabalho
Telemarketing contrata jovens sem experiência no Brasil

Quem diria que pegar o telefone e conversar com estranhos poderia se tornar uma mina de ouro para quem está começando? Pois é, o telemarketing — aquele setor que muita gente torce o nariz — está vivendo um boom no Brasil e virou a salvação para jovens que mal sabem por onde começar.

Dados recentes mostram que as vagas nessa área cresceram mais que mato no período das chuvas. E o melhor: não exigem aquela experiência impossível de conseguir quando você tá saindo da escola. "É uma porta de entrada", diz Ricardo, um supervisor de 32 anos que começou como operador e hoje coordena uma equipe. "Aprendi na marra, errando mesmo, mas valeu cada tropeço."

Por que tá bombando?

Olha só que curioso: enquanto alguns setores encolhem feito blusa lavada em água quente, o telemarketing expande. Motivos não faltam:

  • Empresas descobriram que brasileiro adora resolver coisa por telefone (quem nunca?)
  • Custos menores que lojas físicas — e todo mundo quer economizar nesses tempos de vaca magra
  • Tecnologia facilitou a vida dos operadores com sistemas mais inteligentes

E tem mais: a rotatividade é alta — uns aguentam, outros não — então sempre tem vaga sobrando. "É tipo rodízio de pizza: sempre tem lugar pra quem chegar", brinca Mariana, recém-contratada de 19 anos.

Não é moleza, mas ensina

Não vamos romantizar — tem dia que é pra acabar. Cliente mal-educado, meta apertada, aquela voz cansada no final do turno... Mas convenhamos: qual primeiro emprego é fácil? O que chama atenção são as habilidades que se leva pra vida:

  1. Paciência de santo (ou quase)
  2. Jogo de cintura pra lidar com os mais diversos perfis
  3. Capacidade de resolver problemas sob pressão

"Parece treinamento militar, mas pra vida corporativa", define um ex-operador que hoje trabalha em RH. E olha que ele não exagera — muitos usam a experiência como trampolim para outras áreas.

Ah, e tem um detalhe que pouca gente comenta: em muitas cidades do interior, onde oportunidades são mais escassas, essas vagas são como um salva-vidas profissional. Em Ribeirão Preto, por exemplo, os centros de atendimento viraram polos de emprego juvenil.

É claro que o setor ainda tem muito a melhorar — salários poderiam ser mais atrativos, a carga emocional é pesada — mas pra quem tá começando, pode ser o primeiro degrau de uma escada maior. Como diz o velho ditado: "antes mal acompanhado que só". No mundo do primeiro emprego, essa máxima parece fazer todo sentido.