
Parece que a Cordilheira dos Andes é mais fácil de escalar do que aprovar um plano de recuperação judicial no Brasil. Pelo menos é o que pensam os credores da Coteminas, que viram a votação do plano ser adiada de novo — e ninguém parece surpreso.
A reunião marcada para esta quarta-feira (15) foi empurrada com a barriga para o dia 22, segundo fontes próximas ao processo. Motivo? A velha conhecida "necessidade de mais discussões". Sabe aquele almoço de família que nunca começa na hora? Pois é.
O que está em jogo
A Coteminas, gigante do setor têxtil fundada nos anos 60, pediu recuperação judicial em 2021 com dívidas que beiram os R$ 5 bilhões. Desde então, o caso vem se arrastando como novela das nove:
- Credores brigando como irmãos por herança
- Propostas que parecem jogos de paciência — sempre faltam peças
- E prazos que se esticam como chiclete
O último plano em discussão prevê quitação de dívidas em até 10 anos. Mas alguns credores torcem o nariz — querem condições melhores, claro. Quem não quer?
Efeito dominó
Enquanto isso, o mercado fica de olho:
"É preocupante", diz um analista que prefere não se identificar. "A Coteminas é player importante no setor. Essa indefinição prolongada pode afetar toda a cadeia produtiva."
E não é exagero. A empresa tem:
- Mais de 16 mil funcionários
- Operações em 5 estados brasileiros
- Exportações para 40 países
Ou seja: não é qualquer "birobinha" do setor.
E agora?
Com o novo adiamento, resta esperar. Mas tem gente que já perdeu a paciência:
"Isso tá virando circo", reclama um pequeno credor. "Todo mês é uma nova desculpa."
Enquanto os ânimos não se acalmam, o mercado têxtil brasileiro segura a respiração. Será que na próxima semana sai? Apostas estão abertas — mas eu não colocaria meu dinheiro nisso.