Plano de socorro a empresas afetadas pelo tarifaço: o que ainda está no limbo?
O que ainda falta no socorro às empresas do tarifaço?

O que era pra ser um alívio rápido virou um quebra-cabeça de "depende" e "vamos ver". O tal plano de socorro às empresas atingidas pelo tarifaço — aquele tsunami de impostos que deixou todo mundo de cabelo em pé — ainda tem mais dúvidas que respostas. E olha que já se fala nisso há meses!

Onde está o problema?

Primeiro, a briga pelos critérios. Alguns estados querem um "tamanho único", mas outros — especialmente os mais industrializados — argumentam que os impactos foram tão diferentes quanto um carro alegórico e um fusca. Resultado? Ninguém se entende.

Detalhe curioso: enquanto o governo federal garante que "está tudo sob controle", pelo menos três secretários de Fazenda estaduais já disseram — em off — que o plano tem mais furos que queijo suíço. E não é exagero.

Os 3 nós cegos

  1. Prazos: Algumas empresas já operam no vermelho há 180 dias. O socorro prometido para "até 90 dias" parece piada de mau gosto.
  2. Setores excluídos: Comércio e serviços menores ficaram de fora do primeiro esboço. Motivo? "Limitações orçamentárias". Conveniente, não?
  3. Contrapartidas: Exigir planos de recuperação em 30 dias quando ninguém sabe como ficarão as regras amanhã... Genial.

E tem mais: os bancos. Sim, aquelas instituições que sempre aparecem quando o assunto é dinheiro. Eles ainda não decidiram se participam do refinanciamento — e sem isso, o plano vira letra morta. Ironia? Quase um ano de reuniões e o sistema financeiro ainda "estuda".

E os trabalhadores?

Aqui a coisa fica ainda mais nebulosa. O ministro da Economia jurou que "nenhum emprego será perdido", mas... Sabe aquele silêncio constrangedor depois de uma promessa difícil? Pois é.

Fontes próximas às negociações revelam que o governo subestimou em pelo menos 40% o número de empresas realmente afetadas. E agora? Ou ampliam o socorro (improvável) ou deixam parte do setor produtivo sangrar (politicamente arriscado).

No meio disso tudo, os empresários fazem contas com lápis quebrado: "Se vier 30% do prometido, já é lucro", diz um dono de indústria têxtil que prefere não se identificar. Afinal, como ele mesmo completa: "Falar mal do governo nunca foi bom negócio".