
Pois é, meus amigos, a história não é bem como pintam. O Banco Central soltou um dado que vai fazer muitos brasileiros coçarem a cabeça — e o bolso. A nova modalidade do consignado privado, aquela que teoricamente traria mais vantagens, está com os juros mais salgados do que os contratos antigos fechados através de convenios. E olha que a diferença não é pouca.
Segundo o relatório de setembro do BC — que analisou dados até agosto —, a coisa está feia. Enquanto nos contratos tradicionais a taxa média ficava em 1,76%, na nova versão disparou para 2,03%. Parece pouco? Calma lá. Num empréstimo de R$ 10 mil em 48 meses, essa diferença significa pagar quase R$ 700 a mais só de juros. Dá para comprar um bom jantar com isso, não dá?
O que mudou na prática?
Agora, com a tal portaria 4.129, as empresas podem oferecer consignado direto, sem precisar de convenio com sindicatos. A ideia era boa — mais concorrência, melhores condições. Só que na vida real... bem, vocês já viram como termina.
O BC foi claro: "Os juros na nova modalidade estão maiores do que nos contratos antigos". E tem mais — a participação desses novos contratos no mercado já chega a 15,4%. Ou seja, muita gente está entrando nessa sem saber que poderia pagar menos.
E as outras modalidades?
Para completar o cenário, o consignado público — aquele dos servidores — continua sendo o mais baratinho, com média de 1,67%. Já o INSS, coitado, segue sendo o campeão de custo: 2,41%. Uma verdadeira montanha-russa de juros, dependendo de onde você pega o empréstimo.
O que me preocupa — e deveria preocupar todo mundo — é que muitas pessoas estão migrando para essa nova modalidade sem fazer as contas direito. A praticidade de conseguir pelo app do banco, sem burocracia, acaba mascarando o custo real.
E tem outro detalhe importante: o prazo. Os novos contratos estão sendo fechados com prazos menores — média de 42 meses contra 47 dos antigos. Parece bom, mas na verdade significa parcelas mais altas todo mês.
E agora, o que fazer?
Minha sugestão? Respira fundo e pesquisa. Compara as condições antes de assinar qualquer coisa. E não se impressione só com a facilidade do processo — o que importa mesmo é quanto vai sobrar no seu bolso no final do mês.
O BC promete ficar de olho, mas a verdade é que a responsabilidade maior acaba sendo nossa, consumidores. Fica a dica: na dúvida, espere. O crédito não vai fugir.