
Não é segredo para ninguém que o comércio vive de altos e baixos — e no coração de Rio Branco, a expectativa para o Dia dos Pais deste ano está mais para um sussurro do que para um grito. Os lojistas, aqueles guerreiros do varejo que conhecem cada centavo do orçamento do cliente, estão com as expectativas em modo "vamos ver no que dá".
"Ano passado foi mais fraco que café de estação", confessa um dono de loja de eletrônicos, que prefere não se identificar. Ele, como muitos, reduziu os estoques. Afinal, ninguém quer ficar com aquela pilha de produtos encalhados até o Natal, não é mesmo?
O jogo das expectativas
Nas ruas do centro, o movimento parece mais um ensaio do que a apresentação principal. Algumas lojas até colocaram promoções — "50% na segunda unidade" ou "parcele em 12x sem juros" —, mas o público ainda está naquele estágio de "só olhando".
E olha que interessante: os presentes tradicionais, como roupas e perfumes, dividem espaço com itens mais inusitados. "Tá tendo muita procura por churrasqueiras portáteis", conta uma vendedora de uma loja de utilidades domésticas, enquanto arruma uma pilha de panos de prato. "Acho que a galera quer presentear com experiências, não só objetos."
E a economia?
Pois é. Entre o aumento dos preços e o orçamento apertado das famílias, muitos pais podem acabar ganhando só um abraço — e tá tudo bem! Mas os comerciantes, esses sim, estão fazendo malabarismos:
- Estoque enxuto para evitar prejuízos
- Promoções criativas (tem até "leve 3, pague 2" em lojas de cosméticos)
- Atendimento personalizado para quem realmente aparece
E tem aquela velha máxima do comércio local: "quem não é visto não é lembrado". Por isso, vários estabelecimentos investiram pesado nas redes sociais — alguns até com vídeos engraçadinhos de "pais desastrados" para chamar atenção.
No fim das contas, como diria meu avô, "o pior cego é o que não quer ver". Os números podem não ser espetaculares, mas a resiliência do comerciante acreano? Essa sempre dá um show à parte.