
Eis que o Brasil resolveu botar o dedo na ferida — e não foi de brincadeira. Na última quarta-feira (7), o governo federal decidiu acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos. O motivo? Aquelas tarifas que os americanos resolveram enfiar goela abaixo do aço e alumínio brasileiros.
Não é de hoje que essa briga comercial esquenta os ânimos. Desde 2018 — sim, faz tempo! — os EUA aplicam sobretaxas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio vindos do Brasil. E olha que a gente nem estava na lista dos "inimigos comerciais" de Trump na época. Mas, como diz o ditado, em briga de marido e mulher, mete-se a colher — e a OMC vai ter que ser o juiz dessa parada.
Os números que doem no bolso
Pra você ter ideia do estrago:
- Exportações brasileiras de aço para os EUA caíram 65% desde 2017
- No caso do alumínio, a queda foi de impressionantes 80%
- Só em 2024, o prejuízo estimado passa dos US$ 1 bilhão
E não pense que é só papo de empresário chateado. O Ministério da Economia tá com os nervos à flor da pele. "Essas medidas são completamente desproporcionais", disparou um assessor que preferiu não se identificar. "O Brasil não representa risco à segurança nacional americana, como alegam."
Jogo de xadrez comercial
O que muita gente não sabe é que essa jogada na OMC pode ser só o primeiro movimento num tabuleiro bem mais complexo. Especialistas ouvidos — aqueles que realmente entendem das manhas do comércio internacional — apontam três possíveis cenários:
- Vitória rápida: Improvável, mas se acontecer, as tarifas caem em até um ano
- Batalha judicial prolongada: O caso pode se arrastar por 3-4 anos fácil
- Acordo fora dos tribunais: Ambos os lados podem negociar paralelamente
"A verdade é que ninguém sai ganhando numa guerra comercial", filosofa o professor de relações internacionais Carlos Mendes, da USP. "Mas o Brasil não podia mais ficar de braços cruzados."
Enquanto isso, nas indústrias do ABC paulista, a ansiedade é palpável. "A gente já perdeu contratos milionários por causa dessas tarifas", desabafa um gerente de exportação que pediu anonimato. "Se isso continuar, vai sobrar pro trabalhador brasileiro."
E você, o que acha? O Brasil está certo em levar essa briga pra OMC ou deveria buscar outros caminhos? Uma coisa é certa: essa novela ainda vai dar muito pano pra manga.