
Quem acompanha o sobe-e-desce do dólar nos últimos meses sabe: respirar aliviado é luxo. Mas hoje, pelo menos, a moeda americana deu uma trégua — fechou em R$ 5,50, queda de 1,3% frente ao real. Será que vem mais por aí? Difícil cravar.
O que explica essa baixa? Segundo analistas, três fatores pesaram:
- O mercado respondeu positivamente aos rumores de um acordo comercial entre EUA e China (sim, de novo)
- O Banco Central entrou com leilão de swap cambial — aquela injeção de dólares pra segurar a onda
- Investidores estrangeiros voltaram a apostar em ativos brasileiros, mesmo que timidamente
Calma, não é festa ainda
"Isso tem cheiro de alívio passageiro", dispara o economista Carlos Menezes, da XP Investimentos. Ele lembra que o cenário externo segue instável — inflação nos EUA, guerra comercial, aquela velha novela. E aqui? Reformas emperradas, PIB capenga... Nada que inspire confiança duradoura.
Detalhe curioso: enquanto o dólar comercial caiu, o paralelo (aquele do "câmbio negro") manteve-se estável em R$ 5,65. "Isso mostra que o povo não tá muito convencido", comenta uma operadora de câmbio que prefere não se identificar.
E agora, José?
Pra quem precisa comprar moeda estrangeira:
- Viagem internacional? Aproveite a baixa, mas compre aos poucos — ninguém garante que vai durar
- Importador? Respire fundo e reze pra não voltar aos R$ 5,80 da semana passada
- Especulador? Boa sorte tentando adivinhar o próximo movimento
O mercado financeiro hoje parece aquela novela das nove — todo mundo sabe que vai ter reviravolta, mas ninguém sabe exatamente quando. Amanhã tem novo capítulo.