
Parece que o dólar está com pressa para deixar o Brasil — e não está sozinho. Segundo dados do Banco Central, julho de 2025 entrou para a história como o segundo mês com a maior saída de divisas do país: um rombo de US$ 8,3 bilhões em apenas 30 dias. Só perde para aquele setembro turbulento de 2022, quando o mundo ainda se recuperava da pandemia.
O que está acontecendo? Bem, a conta corrente — aquela que registra transações comerciais e de serviços com o exterior — ficou no vermelho em US$ 5,5 bilhões. E os investimentos estrangeiros? Quase sumiram do mapa, com uma retirada líquida de US$ 2,8 bilhões. Não é exatamente o cenário que o governo gostaria de ver antes do café da manhã.
O câmbio na corda bamba
"Quando o dólar vai embora, a festa acaba mais cedo", brinca o economista Carlos Mello, da consultoria Rio Finance. Ele explica que, embora o Real tenha se mostrado resiliente até agora, essa sangria pode forçar o BC a intervir — o que significa juros mais altos ou reservas internacionais minguando.
- Julho/2025: US$ 8,3 bi em saídas
- Recorde absoluto: Set/2022 (US$ 9,1 bi)
- Investimentos estrangeiros em queda livre
E tem mais: os pagamentos de juros da dívida externa bateram US$ 2,1 bilhões no mês. Parece que o cartão de crédito do Brasil está no limite — e os juros do rotativo não são nada amigáveis.
Efeito dominó à vista?
Enquanto isso, nas ruas, o brasileiro médio já sente o aperto. "Tá tudo mais caro, até o pãozinho", reclama Dona Maria, dona de uma padaria em São Paulo. Ela não está errada: especialistas projetam que, se essa tendência continuar, podemos ver o dólar subindo como pipa em dia de vento — e a inflação acompanhando o voo.
Mas calma, nem tudo está perdido. O superávit comercial (US$ 6,7 bilhões em julho) ainda segura as pontas. Só que, como diz o ditado, "uma andorinha só não faz verão" — e o Brasil precisa de um bando inteiro para equilibrar essa conta.