
Parece que o mercado resolveu tirar férias antes da hora este ano. Enquanto muitos investidores planejavam aproveitar o meio do ano para ajustar suas carteiras, a Bolsa brasileira decidiu dar um susto: estamos diante do pior julho dos últimos quatro anos. Nem o tradicional otimismo do segundo semestre conseguiu animar os pregões.
Os números não mentem — e doem. O Ibovespa, nosso termômetro principal, acumula uma queda que beira os 5% só neste mês. Para você ter ideia, desde 2021 não víamos um desempenho tão fraco no período. Até o dólar, que costuma ser o vilão das más notícias, parece estar se comportando melhor que nossas ações.
O que está pesando no mercado?
Conversando com alguns especialistas (aqueles que ainda conseguem sorrir diante dos gráficos vermelhos), três fatores aparecem como os principais culpados:
- Cenário internacional: Lá fora, a festa também não está animada. Os juros americanos continuam altos, a China patina e a Europa parece não saber se cresce ou se encolhe
- Política doméstica: Aqui dentro, as reformas emperram e o mercado respira por aparelhos à espera de sinais mais claros
- Lucros das empresas: Os balanços trimestrais chegaram mais magros do que o esperado — e o mercado, como sempre, odeia surpresas desagradáveis
"É aquela velha história", me disse um gestor de fundo enquanto tomávamos um café amargo (tão amargo quanto os resultados). "Quando a incerteza bate à porta, o investidor corre para o colchão — ou no caso, para a renda fixa."
E agora, José?
Antes que você pense em vender tudo e enterrar o dinheiro no quintal, vale lembrar: mercados sobem e descem. É a dança natural dos ciclos econômicos. Alguns analistas mais otimistas — sim, eles ainda existem — veem nessa correção uma oportunidade para comprar bons ativos a preços mais atraentes.
Mas se tem uma lição que julho está nos dando, é essa: na Bolsa, como na vida, não existem garantias. O jeito é manter a calma, diversificar e, quem sabe, aproveitar para estudar mais enquanto as águas não acalmam. Afinal, como dizia um velho trader que conheci: "Mercado em queda é igual escola — só aprende quem presta atenção".