Alckmin elogia PIX como 'revolução financeira', mas alerta: tarifas bancárias são o vilão
Alckmin elogia PIX mas critica tarifas abusivas dos bancos

Numa daquelas conversas que misturam elogios e puxões de orelha, o vice-presidente Geraldo Alckmin resolveu falar sobre o que todo mundo já sabe — o PIX é, sim, a melhor coisa que aconteceu no sistema financeiro brasileiro desde o Plano Real. Mas segurou a empolgação com uma mão só: "O problema agora são essas tarifas abusivas que parecem cobrança de agiota", soltou, sem meias palavras.

Durante participação no Congresso Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas, Alckmin — que já foi chamado de "paulista econômico" pelos colegas de governo — fez questão de destacar números que impressionam: mais de 160 milhões de brasileiros usando o PIX regularmente. "Isso aí não é modinha, virou hábito", comentou, quase como quem fala do time de futebol da cidade.

O outro lado da moeda

Mas é claro que nem tudo são flores. Enquanto o PIX segue batendo recordes (só em abril foram 2,5 bilhões de transações), os bancos parecem ter encontrado outra forma de "faturar em cima do cliente" — como bem definiu uma senhora de 62 anos que preferiu não se identificar. Tarifas de saque, TEDs que custam o olho da cara, pacotes de serviços que ninguém pediu... a lista é longa.

Alckmin, com aquela cara de quem já viu muito jogo sujo, foi direto: "Tem banco aí cobrando até pelo ar que o cliente respira". A plateia riu, mas era riso de quem reconhece a verdade na brincadeira.

O que esperar?

O Banco Central — aquele mesmo que criou o PIX — já está de olho. Prometeu para o segundo semestre medidas que devem colocar ordem na casa. Detalhes? Ainda não há. Mas o recado do vice-presidente foi claro como água de coco: "Inovação sim, abuso não".

Enquanto isso, o brasileiro médio segue fazendo contas: será que a economia com o PIX compensa o que os bancos cobram por outros serviços? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa — como diria o velho ditado, "quando um fecha, outro arranca".