
Parece que a guerra comercial entre EUA e China acabou respingando no nosso quintal — e como! Santa Catarina, sempre pragmática, decidiu não ficar de braços cruzados enquanto suas indústrias levam pancada. O governo estadual acabou de anunciar um pacote de R$ 435 milhões pra dar um fôlego aos empresários locais.
Não é pouca coisa, hein? Dá pra comprar uns 14 mil caminhões de cerveja artesanal — brincadeiras à parte, a grana é séria e vai direto pro bolso de quem tá sentindo no couro os efeitos das tarifas americanas. O setor cerâmico e o de móveis, principalmente, que são os queridinhos das exportações catarinenses, devem ser os primeiros da fila.
Como vai funcionar?
O esquema é o seguinte:
- Linhas de crédito com juros mais camaradas que o mercado
- Prazos alongados — porque ninguém aguenta mais aperto
- Prioridade pra quem mais sofreu com a barbeiragem internacional
E olha só que interessante: enquanto Brasília discute o sexo dos anjos, Florianópolis botou a mão na massa. "Temos que agir rápido, senão o prejuízo vira tsunami", soltou um assessor do governo, entre um cafezinho e outro. Faz sentido — quando o navio começa a afundar, não adianta ficar discutindo o design do salva-vidas.
E os pequenos?
Aqui tá o pulo do gato. Dizem que 30% da grana tá reservada pra micro e pequenas empresas. Aquela fábrica de móveis de família em Rio Negrinho ou a cerâmica artesanal de Urussanga não podem ficar pra trás. Afinal, são elas que mantêm o interior pulsando.
Mas tem um porém — sempre tem, não é mesmo? O dinheiro não cai do céu como maná. Os empresários precisam comprovar o prejuízo e apresentar um plano decente de como vão usar a verba. Nada de "vou gastar em iate novo", claro.
Enquanto isso, nas ruas de Joinville e Blumenau, o alívio é quase palpável. "Melhor que tapar buraco em rua", comentou um comerciante enquanto arrumava a vitrine. Ele tem um ponto — em tempos de vacas magras, cada centavo conta.