
Parece que os ventos do comércio internacional sopraram mais frios para os exportadores de Santa Catarina. O governo do estado acaba de anunciar um pacote de medidas emergenciais para tentar conter os estragos causados pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Não foi fácil chegar a essa solução — diga-se de passagem, foram noites mal dormidas para muitos empresários. Afinal, quando o maior comprador do mundo decide aumentar as barreiras comerciais, o efeito dominó é inevitável.
O que está em jogo?
Os números impressionam: só no primeiro semestre, as exportações catarinenses para os EUA movimentaram cerca de US$ 1,2 bilhão. Agora, setores como o de máquinas e equipamentos, plásticos e produtos têxteis terão que respirar fundo e se reinventar.
"É como se o chão tivesse sumido debaixo dos nossos pés", confessou um empresário do ramo metal-mecânico que prefere não se identificar. A angústia no setor é palpável.
As medidas anunciadas
- Linhas de crédito especiais com juros abaixo do mercado
- Assessoria técnica para diversificação de mercados
- Programas de incentivo à inovação nos produtos
- Desoneração fiscal temporária para setores mais afetados
Não é exagero dizer que o governo catarinense está colocando as barbas de molho. "Temos que agir rápido antes que o prejuízo se torne irreversível", admitiu o secretário de Desenvolvimento Econômico durante o anúncio.
Mas será que essas medidas serão suficientes? Alguns especialistas torcem o nariz. "É um paliativo necessário, mas o buraco pode ser mais embaixo", pondera a economista Mariana Lopes, da UFSC.
Enquanto isso, nas indústrias, o clima é de "esperar pelo melhor, mas se preparar para o pior". O jeito catarinense de ser — trabalhador e resiliente — está sendo colocado à prova como nunca.