
Um estudo recente do Ministério da Fazenda trouxe à tona uma discussão polêmica: a proposta de isentar o Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 mensais pode, na prática, beneficiar mais os ricos e aumentar a desigualdade social no país.
Segundo a análise, a medida, embora pareça justa à primeira vista, teria um efeito perverso. Isso porque a maior parte da arrecadação do IR já vem dos contribuintes de alta renda, e a isenção ampla reduziria ainda mais a base tributária, sem compensação adequada.
Quem realmente ganha com a isenção?
O estudo destaca que:
- Os 10% mais ricos concentram 40% da renda tributável
- Isenções sem reforma estrutural transferem carga para impostos indiretos (como ICMS e IPI), que pesam mais sobre os pobres
- O Brasil já tem uma das piores distribuições de renda do mundo (índice Gini de 0,53)
Alternativas para reduzir a desigualdade
Especialistas sugerem que, em vez de cortes amplos, o governo deveria:
- Focar em deduções para gastos essenciais (saúde, educação)
- Aumentar a progressividade das alíquotas para muito altas rendas
- Combater a sonegação fiscal de grandes fortunas
A discussão ocorre em meio ao debate sobre a reforma tributária, com pressão tanto por alívio fiscal quanto por maior justiça na distribuição da carga tributária.