Inflação Acelera de Novo em Setembro: IPCA-15 Salta 0,48% e Acende Alerta na Economia
IPCA-15 acelera: inflação sobe 0,48% em setembro

Parece que a famosa gangorra da inflação decidiu subir de novo, e com certa força. O IPCA-15, aquele termômetro que mede a temperatura dos preços antes do índice oficial, marcou 0,48% em setembro. Um número que, convenhamos, não é lá essas coisas – ficou bem acima dos 0,35% de agosto e mostrou que a queda anterior foi mais um suspiro do que uma tendência.

Quem foi o grande vilão dessa história? Os transportes, sem dúvida. O grupo deu um salto de 1,04%, puxado principalmente pelos combustíveis. A gasolina, aquela velha conhecida que sempre mexe com o orçamento, subiu 2,30%. E olha que curioso: isso aconteceu mesmo com a política de preços da Petrobras tentando segurar a barra. O etanol também não ficou atrás, com alta de 3,69%.

E a comida, como fica?

Aqui a coisa foi mista, mas no geral ainda pesou no bolso. A alimentação no domicílio subiu 0,33%, com destaque para o leite longa vida (mais 3,57%) e o café moído (2,38%). Por outro lado, alguns itens deram uma trégua, como a cebola (-8,70%) e a carne bovina (-0,78%). Uma pequena vitória no meio do turbilhão.

Mas não foram só transportes e alimentação que contribuíram para esse cenário. Habitação (0,48%), saúde e cuidados pessoais (0,51%) e despesas pessoais (0,52%) também fizeram sua parte na escalada dos preços. Parece que tudo conspirou para apertar um pouco mais o cinto do brasileiro.

E o acumulado do ano?

Bom, aí a situação fica mais séria. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 chegou a 4,17% – ainda dentro da meta do Banco Central, que é de 4,5%, mas com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O problema é que essa aceleração recente joga uma luz amarela, ou quem sabe até laranja, sobre os próximos meses.

Especialistas que acompanham o ritmo da economia já estão com a pulga atrás da orelha. Essa volatilidade nos preços, principalmente dos itens mais sensíveis como combustíveis e alimentos, complica a vida do BC na hora de decidir os rumos da taxa básica de juros. Fica aquele dilema: segurar a inflação ou estimular o crescimento?

O fato é que setembro mostrou que a batalha contra a inflação está longe de ser vencida. E para nós, meros mortais que precisamos encher o carro e a despensa, resta acompanhar de perto esses números – que, no fim do dia, se transformam em reais e centavos a menos no orçamento familiar.