
Os números não mentem — e, dessa vez, trouxeram uma notícia que deixou economistas de cabelo em pé. Segundo dados oficiais divulgados nesta terça, o Brasil fechou o primeiro semestre de 2024 com um rombo de US$ 28 bilhões nas transações comerciais e de serviços com os Estados Unidos.
Parece muito? É porque é mesmo. Um verdadeiro buraco negro nas contas externas — o maior da última década nesse segmento. E olha que a gente nem tá falando de petróleo ou eletrônicos, mas daqueles serviços invisíveis que ninguém vê, mas que doem no bolso.
Onde o dinheiro está vazando?
Três fatores explicam essa hemorragia de dólares:
- Turismo: Os brasileiros gastaram como loucos em viagens para Miami e Orlando — enquanto os gringos ainda desdenham nossas praias.
- Tecnologia: Plataformas digitais, softwares e royalties continuam sendo um poço sem fundo de remessas para o exterior.
- Frete aéreo: Aquele iPhone que você comprou? Boa parte do preço foi engolida por taxas de transporte.
"É como tentar encher uma banheira com a torneira aberta e o ralo escancarado", brincou — sem graça — um técnico do Ministério da Economia que preferiu não se identificar.
E agora, José?
O governo garante que está tomando medidas, mas especialistas torcem o nariz. "Subestimamos nossa dependência tecnológica", admite a professora Luisa Campos, da FGV. Enquanto isso, associações industriais cobram "menos discurso e mais incentivos" para setores estratégicos.
Curiosidade: o déficit em serviços chegou a US$ 15,3 bilhões — quase o dobro do registrado no mesmo período de 2023. Já no comércio de bens, a situação é menos pior, mas ainda preocupante.
E você, leitor? Acha que o Brasil deveria se preocupar mais com essa sangria de dólares ou é só um susto passageiro? A resposta, como tudo na economia, está em algum lugar no meio do caminho.