
O inverno seco deste ano tá dando dor de cabeça nos pecuaristas do interior paulista. Sem chuva há semanas, as pastagens — que normalmente sustentariam o gado nessa época — parecem um tapete ressecado. E aí, meu amigo, o jeito foi apelar pro feno.
"Nunca vi situação tão feia em julho", desabafa João da Silva, criador de gado em Itu. "Tive que comprar três vezes mais feno que no ano passado. O bolso dói, mas o boi não pode passar fome."
Contas que não fecham
O preço do feno? Bom, aí a coisa complica. Alguns produtores relatam aumento de até 40% nos custos. E olha que a gente nem chegou no pico da seca ainda — agosto e setembro costumam ser piores.
- Demanda por feno subiu 60% na região
- Alguns produtores já reduziram o rebanho
- Previsão do tempo não anima para as próximas semanas
Pra piorar, tem gente que nunca precisou comprar feno antes. "A gente sempre contou com as pastagens naturais", conta Maria Souza, de Porto Feliz. "Agora tá todo mundo correndo atrás do mesmo fornecedor."
Efeito dominó
O que pouca gente percebe é como isso afeta toda a cadeia. O caminhoneiro que transporta o feno tá trabalhando dobrado. O dono do depósito de armazenagem lotado. Até o veterinário anda mais ocupado — gado estressado pela mudança na alimentação adoece mais fácil.
E enquanto isso, o céu continua azul. Sem uma nuvem à vista. Se depender da previsão dos agricultores mais antigos — aqueles que "lêem" os sinais da natureza —, a situação pode piorar antes de melhorar.
Será que vem aí mais um ano de preços altos na carne? Bom, essa é outra história...