Tarifas de importação viram pesadelo para fruticultores do Vale do São Francisco — entenda o impacto
Tarifas de importação ameaçam fruticultura no Vale do São Francisco

Parece que o governo resolveu apertar o cerco — e quem está sentindo na pele são os agricultores do Vale do São Francisco. As novas tarifas de importação, que entraram em vigor no mês passado, estão deixando os produtores de frutas de cabelo em pé. E não é por pouco.

Imagine só: você investe anos em tecnologia, em qualidade, abre mercados lá fora… e do nada aparece um imposto que engole sua margem de lucro. É mais ou menos isso que está rolando com as uvas, mangas e melões da região. E olha, a conta não fecha.

O que mudou na prática?

Antes, a galera conseguia respirar — os insumos agrícolas tinham alíquotas mais baixas. Agora? Virou um pesadelo burocrático. "É como se jogassem areia no motor da nossa competitividade", desabafa um produtor que prefere não se identificar (medo de represálias, você entende).

Os números assustam:

  • Fertilizantes até 18% mais caros
  • Máquinas agrícolas com aumento de 22%
  • Peças de reposição sumindo do estoque — quando aparecem, custam um rim

E tem mais: os compradores internacionais já estão torcendo o nariz. "Por que pagar mais por fruta brasileira se Chile e Peru oferecem preços melhores?", questiona um importador europeu que há dez anos trabalha com o Vale.

Efeito dominó na economia regional

O estrago não para nos pomares. Segundo o Sindicato dos Produtores Rurais, pelo menos 15 mil empregos indiretos podem virar fumaça até o fim do ano. Mercearias, transportadoras, até as vendinhas de beira de estrada estão sentindo o baque.

"Aqui todo mundo vive da fruticultura", explica Maria do Carmo, dona de uma pequena pensão em Petrolina. "Se os grandes sofrem, a gente sangra junto."

E pensar que a região responde por 95% das exportações de manga do país... Será que vale a pena colocar tudo isso em risco?