Imposto dos EUA de 50% sobre produtos brasileiros sacode o agronegócio no Centro-Oeste Paulista
Tarifa de 50% dos EUA abala agronegócio no Centro-Oeste SP

Parece que o café da manhã dos produtores rurais do Centro-Oeste de São Paulo amanheceu mais amargo nesta segunda. E não é por causa da bebida — mas sim de uma notícia que caiu como uma bomba: os Estados Unidos decidiram enfiar a faca no setor agroindustrial brasileiro com uma tarifa de 50% sobre nossos produtos. Alguém aí lembra daquela história de "parceiros comerciais"?

Bauru e região, que vivem do suor do campo, estão sentindo o baque. "É um tiro no pé da economia local", dispara o presidente do Sindicato Rural, enquanto ajusta o chapéu de vaqueiro. Os números assustam: só no primeiro semestre, a região exportou US$ 120 milhões em produtos como café, suco de laranja e carne bovina para os EUA. Agora, esse fluxo pode virar um rio seco.

O que está em jogo?

  • Café: 35% das exportações regionais
  • Suco de laranja: 28% (e olha que a Florida já está de olho)
  • Carne bovina: 22%, com risco real de perder espaço para a Argentina

Os armazéns que antes vivam cheios agora ecoam vazios. "Temos estoque pra três meses, mas e depois?", questiona uma cooperativa local, enquanto um caminhão carregado de sacas de café espera — sem destino certo.

O governo federal promete "ações diplomáticas", mas os produtores não estão muito convencidos. "Enquanto eles discutem em Brasília, nosso leite azeda", brinca amargamente um pecuarista de Lençóis Paulista, região que já sente o aperto.

E agora?

Alternativas? Difíceis. A Ásia paga menos, a Europa tem regras complexas, e o mercado interno não absorve tudo. "Ou a gente se reinventa, ou vira estatística", resume um técnico agrícola, esfregando terra entre os dedos — a mesma terra que agora parece menos fértil para os negócios.

Enquanto isso, nas fazendas, o clima é de "esperar pra ver". Mas tempo, como sabem os agricultores, é algo que não sobra quando a colheita não espera.