
Era um dia comum na Praia do Sonho, em Palhoça (SC), até que um espetáculo da natureza — misturado com um susto — chamou a atenção de todos. Um filhote de baleia, desses que parecem saídos de contos infantis, se viu enrolado em redes de pesca como se fosse um novelo desgovernado.
Por volta das 9h da manhã, pescadores locais notaram algo estranho: aquele movimento diferente na água não era normal. Ao se aproximarem, o coração quase parou. Um bebê baleia, com não mais que 4 metros de comprimento, lutava contra as redes que o prendiam como uma armadilha invisível.
Corrida contra o tempo
O que se seguiu foi uma daquelas cenas que emocionam até o mais cético dos seres humanos. O Corpo de Bombeiros, a Polícia Ambiental e até voluntários da região se uniram num resgate que parecia tirado de filme.
- Primeiro, tentaram se aproximar com cautela — baleias assustadas podem ser perigosas, mesmo filhotes
- Usaram facões especiais para cortar as redes sem machucar o animal
- O filhote, assustado, chegou a bater a cauda com força na água
"Foi tenso, viu?", contou um dos pescadores que ajudou no resgate. "A gente via os olhos dele, parecia que ele entendia que a gente tava ali pra ajudar."
Final feliz (mas com alerta)
Depois de quase duas horas de trabalho minucioso — imagine fazer cirurgia em um paciente de 3 toneladas que não para de se mexer —, o filhote finalmente se viu livre. Com um último movimento elegante, desapareceu nas águas azuis, deixando para trás apenas um rastro de alívio e esperança.
Mas a história não acaba aqui. Especialistas alertam: casos como esse estão ficando cada vez mais comuns. As redes de pesca, muitas vezes abandonadas no mar, viram armadilhas mortais para a fauna marinha.
"É um problema sério", explica a bióloga marinha Dra. Ana Lúcia. "Só no último ano, registramos 12 casos parecidos na região. Alguns, infelizmente, não tiveram o mesmo final feliz."