
Quem diria que o cerrado mineiro iria se transformar num verdadeiro mar branco de plumas? Pois é, a safra de algodão em Minas Gerais está dando o que falar — e os números são tão fofinhos quanto as próprias fibras. Dados preliminares mostram que a área plantada cresceu quase 40% em relação ao último ciclo. Algo que, convenhamos, não era esperado nem pelos produtores mais otimistas.
Números que valem ouro (ou melhor, algodão)
Enquanto o país ainda discute a crise do café, os agricultores mineiros estão colhendo — literalmente — bons frutos de uma aposta arriscada. O que começou como cultivo experimental em algumas propriedades virou febre: mais de 50 mil hectares dedicados só ao "ouro branco". E olha que a temporada mal começou!
"A gente plantou com medo, mas o clima ajudou e os preços internacionais estão nos dando um fôlego danado", conta João da Silva, produtor de Unaí, enquanto ajusta o chapéu de palha. Ele aumentou sua área em 60% e não se arrepende. "Até meu avô, que só acreditava em gado, tá impressionado."
Tecnologia no campo? Claro que tem!
Não pense que esse boom veio do nada. Os tratores com GPS de última geração e as sementes geneticamente melhoradas estão fazendo a diferença. Em algumas fazendas, drones sobrevoam as plantações como abelhas high-tech, monitorando cada detalhe. "Antes a gente adivinhava. Hoje o celular avisa quando a planta tá com sede", brinca a engenheira agrônoma Maria Souza.
- Produtividade média estimada: 300 arrobas por hectare
- Preço da pluma: 15% acima da última safra
- Geração de empregos: +8 mil postos temporários
Mas nem tudo são flores — ou melhor, fibras. O custo dos insumos ainda preocupa, e alguns produtores reclamam da burocracia para exportar. "Tá difícil, mas quando a porteira abre e você vê aquele algodão branquinho, até esquece", filosofa um agricultor que preferiu não se identificar.
E o futuro? Cor de rosa (ou de algodão-doce)
Analistas do setor já falam em Minas como "o novo eldorado do algodão". Com investimentos em irrigação e a chegada de novas indústrias têxteis na região, a expectativa é que o estado ultrapasse a Bahia em produção nos próximos cinco anos. Quem viver, verá.
Enquanto isso, nas estradas poeirentas do noroeste mineiro, as colheitadeiras não param. Levantam nuvens de poeira durante o dia e, à noite, seus faróis cortam a escuridão como vagalumes mecânicos. A paisagem nunca mais será a mesma.