
Parece que o campo brasileiro está prestes a enfrentar mais um desafio — e dessa vez, vem de além-mar. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) soltou um alerta que fez muitos produtores rurais franzirem a testa. O motivo? A possibilidade de novos impostos sobre produtos agrícolas brasileiros pelos Estados Unidos.
"É como se já não bastassem os problemas climáticos e os custos de produção nas alturas", comentou um produtor de soja que preferiu não se identificar. A Faesp, conhecida por não fazer tempestade em copo d'água, mostrou dados preocupantes: as exportações do agronegócio paulista para os EUA movimentaram mais de US$ 1 bilhão só no último ano.
O Que Está em Jogo?
Se essas taxas realmente forem implementadas, podemos esperar:
- Aumento nos preços de commodities como café, suco de laranja e açúcar
- Redução na competitividade dos produtos nacionais
- Possível desaceleração no crescimento do setor
Não é exagero dizer que estamos falando de um verdadeiro dominó econômico — primeiro atinge os grandes produtores, depois os pequenos, e por fim chega no consumidor final. E olha que nem estamos considerando os efeitos indiretos no mercado de trabalho rural...
Reação Imediata
Enquanto isso, nos corredores da Faesp, o clima é de mobilização. "Já estamos articulando com o Ministério da Agricultura e a ApexBrasil para encontrar alternativas", adiantou um diretor que pediu para não ser nomeado. A estratégia? Diversificar mercados e buscar acordos com outros países.
Mas será que isso seria suficiente? Alguns especialistas são céticos. "Os EUA ainda são nosso segundo maior comprador — não tem como substituir da noite pro dia", pondera a economista agrícola Marina Rios, enquanto ajusta os óculos.
O fato é que, querendo ou não, o agronegócio brasileiro parece estar diante de mais um teste de resistência. E dessa vez, as regras do jogo estão sendo escritas em Washington.