
O mercado de commodities agrícolas está vivendo um daqueles momentos de "cada um por si". Enquanto os preços dos etanóis — tanto o hidratado quanto o anidro — derretem como sorvete no sol do meio-dia, o açúcar cristal resolveu fazer o caminho oposto e subiu como foguete em São Paulo. Coincidência? Nem um pouco.
Segundo dados do Cepea/Esalq, só na última semana, o etanol hidratado caiu 1,5%, enquanto o anidro registrou queda de 1,2%. Já o açúcar cristal, esse danadinho, subiu 0,8% no mesmo período. E olha que a gente nem tá no período de maior demanda ainda!
Por que essa gangorra de preços?
Bom, pra entender essa bagunça toda, tem que botar as cartas na mesa:
- Etanóis: Com a safra de cana-de-açúcar batendo recorde em várias regiões, a oferta aumentou — e quando tem muito de algo no mercado, os preços... bem, você sabe.
- Açúcar cristal: Aqui a história é outra. A demanda externa tá aquecida (principalmente da China e Oriente Médio), e os produtores estão preferindo exportar a vender no mercado interno. Resultado? Menos produto aqui dentro, preços lá em cima.
E tem mais: os custos de produção também entraram na dança. "O diesel mais caro e os fertilizantes com preços nas alturas estão pesando no bolso do produtor", explica um analista que prefere não se identificar — afinal, ninguém quer ser o portador de más notícias.
E agora, José?
Pra quem tá no ramo, a recomendação é ficar de olho no mercado internacional. O dólar alto pode ser uma faca de dois gumes: ajuda nas exportações, mas encarece os insumos. E com a geopolítica mundial mais instável que barata em dia de faxina, qualquer vento pode mudar a direção desses preços.
Já pro consumidor final... bom, pelo menos na bomba de combustível, a notícia é boa. Mas aquele docinho depois do almoço? Melhor segurar a onda — ou aprender a gostar de adoçante.