
Quem diria que aquela fruta amarela, presente em praticamente todas as feiras livres do país, seria capaz de transformar a realidade de um município inteiro? Em Sete Barras, no interior paulista, a banana não é só alimento - é o coração que bate forte na economia local.
Com cerca de 2 mil hectares dedicados ao cultivo, a cidade produz nada menos que 60 mil toneladas por ano. Números que impressionam, mas que ganham vida real quando vemos os efeitos no dia a dia da população.
O ciclo virtuoso do cacho de ouro
Não é exagero dizer que cada bananeira plantada significa emprego garantido. Diretamente, o setor absorve mais de 500 trabalhadores - e se considerarmos os empregos indiretos, esse número salta para quase 1.500. São colhedores, embaladores, motoristas, técnicos agrícolas... Uma verdadeira rede de oportunidades que se espalha como as raízes da própria bananeira.
"Aqui, quando alguém fala em crise, a gente olha para os bananais e respira aliviado", conta Maria dos Santos, dona de um pequeno sítio na região. "Enquanto tiver banana, tem trabalho."
Da terra para o mundo
O que muitos não sabem é que a banana de Sete Barras não fica só no Brasil. Cerca de 30% da produção segue para mercados exigentes como Argentina e países da Europa. E isso não é acidente - é fruto (com o perdão do trocadilho) de um trabalho sério de qualidade e rastreabilidade.
- Certificações internacionais conquistadas
- Controle rigoroso desde o plantio até a embalagem
- Técnicas de cultivo que equilibram produtividade e sustentabilidade
E tem mais: a cada real investido na produção, estima-se que outros três reais sejam gerados na economia local. Mercado imobiliário, comércio, serviços - tudo gira em torno desse ciclo virtuoso.
Desafios e oportunidades
Claro que nem tudo são flores - ou melhor, bananas. O setor enfrenta seus percalços, desde a instabilidade climática até as oscilações de preço. Mas os produtores locais parecem ter aprendido a dançar conforme a música.
"Diversificamos as variedades cultivadas e investimos em tecnologia", explica João Ribeiro, presidente da associação local de produtores. "Hoje plantamos desde a nanica até a prata, passando por variedades mais nobres como a maçã e a ouro."
E o futuro? Promissor. Com a valorização dos alimentos saudáveis e a busca por produtores regionais, Sete Barras se consolida como referência no setor. Quem viver, verá - e provavelmente comerá uma banana produzida ali.