
Numa tarde que misturava o cheiro de café fresco com papo reto sobre desenvolvimento, o governador Jerônimo Rodrigues recebeu ninguém menos que Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, no Palácio de Ondina. O assunto? Aquele que mexe com o coração (e o bolso) do interior baiano: o agronegócio.
"Tem hora que é preciso botar a mão na massa mesmo", disparou Rodrigues, enquanto produtores rurais - alguns com as botas ainda sujas de barro - ouviam atentos. A reunião, que rolou na quarta-feira (4), foi daquelas que prometem virar ponto de virada.
O que tá pegando no campo
Dados do IBGE mostram que a Bahia é o 6º maior produtor agrícola do país. Mas convenhamos: poderia estar melhor, né? Foi justamente essa lacuna que o encontro buscou tapar. Entre um gole de café e outro, três pontos quentes dominaram a conversa:
- Linhas de crédito com juros mais camaradas
- Regularização fundiária - aquela papelada que nunca acaba
- Infraestrutura logística (ou a falta dela)
Alckmin, com aquela paciência de quem já viu de tudo, garantiu que o governo federal "não vai deixar a boiada passar". Trocadilhos à parte, a referência era clara: desburocratização.
O lado humano da equação
Num momento que arrancou aplausos, a produtora Maria do Carmo, 62 anos, pegou o microfone. "Doutores, nós sabemos plantar, o que falta é colher direitos", desabafou. A fala resumiu o clima - misto de esperança e impaciência - que pairava no ar.
Para quem duvida que política pode ser prática, eis aí: enquanto a chuva molhava Salvador lá fora, dentro se plantavam ideias que podem render frutos bem reais. Resta saber se vão vingar ou se perderão no emaranhado de promessas não cumpridas.