Eis que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deu um passo atrás na agenda desta semana. O político, que estava escalado para marcar presença na Feira Internacional de Bioenergia em Ribeirão Preto, simplesmente riscou o compromisso da lista. Já o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ao contrário, confirmou que vai comparecer — e ainda deve discursar sobre políticas verdes.
Não é todo dia que um evento do agronegócio paulista vira palco de ausências ilustres. O cancelamento de Tarcísio, anunciado às pressas pela organização, pegou até os mais antenados de surpresa. Motivo? A assessoria do governo limitou-se a dizer que "questões de agenda impossibilitaram a participação". Convenhamos: na política, quando a explicação é vaga, o buraco é mais embaixo.
O que rola na feira?
Enquanto isso, a 15ª edição da feira — que acontece de 13 a 15 de agosto no Ribeirão Preto Exhibition & Convention Center — promete movimentar o debate sobre energias renováveis. Com mais de 150 expositores, o evento vai desde discussões técnicas sobre etanol de segunda geração até inovações que misturam agricultura e sustentabilidade. Alckmin, que sempre puxou a brasa pra sardinha ambiental, deve falar sobre os desafios de descarbonizar a matriz energética brasileira.
E olha só a ironia: o governador que cancelou é justamente quem assinou, há três meses, um pacote de incentivos para produtores de biocombustíveis no estado. Será que o timing ruim foi mera coincidência? Difícil crer. Na terça-feira, aliás, Tarcísio tinha reunião marcada com prefeitos da região — mas até isso foi remarcado. Coisas da política, né?
E os bastidores?
Fontes próximas ao Palácio dos Bandeirantes sussurram que o governador preferiu evitar um possível desconforto. Afinal, Alckmin e ele não são exatamente "amigos de copo". Desde as eleições de 2022, quando Tarcísio apoiou Bolsonaro e Alckmin foi de Lula, a relação esfriou feito café esquecido na mesa. Agora, dividir o mesmo palanque (ainda que virtual) sobre bioenergia? Melhor deixar pra próxima.
Já entre os organizadores, o clima é de "faz parte". Um dos coordenadores, que pediu pra não ser identificado, soltou: "Evento político é assim — agenda muda na hora que a gente menos espera. O importante é que o debate sobre energia limpa continua firme". Ponto pra ele.
