
Não é de hoje que o café e a carne brasileira enfrentam barreiras lá fora — e os Estados Unidos, claro, estão no centro dessa história. Mas parece que o vento pode estar virando. Pelo menos é o que deixa transparecer Simone Tebet, ministra do Planejamento, em conversas recentes.
Segundo ela, há sinais — ainda que sutis — de que os americanos podem repensar aquelas tarifas que tanto impactam nossos produtores. "Não é promessa, mas há espaço para diálogo", comentou, com aquele jeito mineiro de quem não quer criar falsas expectativas.
O jogo político por trás das taxas
Quem acompanha o agronegócio sabe: Washington sempre teve seus caprichos protecionistas. Mas agora, com a geopolítica mais instável que pão velho, até eles parecem dispostos a negociar. Será estratégia? Pressão de importadores? Tebet prefere não especular, mas destaca:
- O Brasil tem apresentado dados concretos sobre sustentabilidade na produção
- Há interesse mútuo em equilibrar a balança comercial
- O momento pós-eleições nos EUA pode ser oportuno para revisões
Curiosamente, enquanto isso, os cafeicultores de Minas Gerais seguem na expectativa. "A gente vive de esperança mesmo", diz João da Silva, produtor de Carmo de Minas, enquanto mexe num pé de café que — ironia das ironias — poderia estar abastecendo cafeterias em Nova York sem tanta tributação.
E a carne?
Ah, essa então é outra novela. O setor frigorífico brasileiro já até se acostumou a ser o vilão do imaginário americano. Mas parece que até essa narrativa pode mudar — ou pelo menos ser revista. "Tem muita desinformação circulando", ressalta Tebet, lembrando que nossos protocolos sanitários são dos mais rígidos do mundo.
No fim das contas? A bola está com os EUA. Mas o Brasil, pelo visto, já entrou em campo com argumentos melhores que nunca. Resta saber se o juiz — no caso, o governo Biden — vai apitar a nosso favor.