
O clima entre os exportadores brasileiros não está nada animador — e não é por causa do inverno. A possibilidade de Donald Trump voltar à Casa Branca e impor novas tarifas sobre alimentos brasileiros deixou o setor do agronegócio com os nervos à flor da pele.
Não é exagero dizer que muitos estão perdendo o sono. Afinal, os Estados Unidos são um dos principais destinos para produtos como carne bovina, suco de laranja e café. Se as taxas aumentarem, o prejuízo pode ser enorme.
O que está em jogo?
Imagine só: você trabalha anos para construir um mercado lá fora, e do nada surge um imposto que pode inviabilizar tudo. É mais ou menos essa a sensação que domina os corredores das associações de exportadores.
- Carne bovina: 20% das exportações brasileiras vão para os EUA
- Suco de laranja: os americanos são os maiores compradores
- Café: o produto brasileiro já enfrenta concorrência pesada
"A gente já sofreu com isso antes", comenta um produtor de Minas Gerais que prefere não se identificar. "Em 2018, quando Trump aumentou as tarifas do aço, a gente sentiu o baque. Agora pode ser pior."
Efeito dominó
O problema não para nos portos americanos. Se os produtos brasileiros ficarem mais caros lá, os produtores terão que:
- Buscar novos mercados — nem sempre fáceis de encontrar
- Abaixar os preços — o que reduz as margens de lucro
- Diminuir a produção — com impacto direto nos empregos
Não é brincadeira. O agronegócio responde por quase um quarto do PIB brasileiro. Qualquer solavanco nesse setor mexe com toda a economia.
E tem mais: alguns analistas acreditam que, se Trump voltar, pode não parar nos alimentos. Outros produtos brasileiros poderiam entrar na mira. Aí, meu amigo, a conta fica ainda mais salgada.
Enquanto isso, os empresários ficam de olho nas pesquisas eleitorais americanas como torcedores num jogo decisivo. Só que, nesse caso, o placar pode definir o futuro de muitos negócios por aqui.