
Parece que o velho ditado "o que não mata, engorda" está valendo para dois produtos essenciais da pauta exportadora brasileira. Mesmo com aquele tarifaço que deixou todo mundo de cabelo em pé, nosso café e a celulose continuam dando um baile nos Estados Unidos.
E não é por acaso. Enquanto alguns setores choram as pitangas com as novas taxas — que, convenhamos, não são pouca coisa —, esses dois produtos têm uma carta na manga: qualidade reconhecida e cadeias produtivas eficientes. O café brasileiro? Nem se fala. Já virou item básico nas xícaras dos americanos, que consomem mais de 25 milhões de sacas por ano. E a celulose? Bem, sem ela o papel higiênico de lá vira artigo de luxo.
Por que eles ainda preferem o nosso?
Vamos aos fatos, sem rodeios:
- Café: O Brasil domina 30% do mercado global. Mesmo com tarifas, nosso grão sai mais barato que o da Colômbia ou Vietnã — e com qualidade igual ou superior.
- Celulose: Somos o 4º maior produtor mundial. As fábricas brasileiras têm tecnologia de ponta e — pasmem — algumas das menores emissões de carbono do setor.
Um executivo do setor, que prefere não se identificar, soltou a pérola: "O americano até pode encarecer nosso produto, mas no fim do dia, ele vai pagar. Porque alternativa boa, barata e em grande volume? Só aqui."
E o futuro?
Olha, ninguém está fazendo festa. As tarifas doem, e como doem. Mas os analistas apontam que, enquanto a demanda se manter aquecida — e olha que nos EUA o consumo de café só cresce —, o Brasil segue com a faca e o queijo na mão.
Quer um dado curioso? Nos últimos 12 meses, as exportações de celulose para os EUA aumentaram 8% em volume, mesmo com os preços mais altos. Algo está dizendo que, por lá, preferem pagar mais a ficar sem.
Claro que o cenário não é todo flores. Alguns compradores estão reduzindo pedidos, outros buscando fornecedores alternativos. Mas convenhamos: trocar o fornecedor de café ou celulose não é como mudar de marca de sabonete. Leva tempo, custa caro e — cá entre nós — o risco de dar errado não é pequeno.
No fim das contas, enquanto o Brasil mantiver essa combinação matadora — qualidade, escala e sustentabilidade —, pode tirar o cavalinho da chuva. O mercado americano vai continuar abrindo a carteira, mesmo resmungando.