Taxa do Lixo em Caraguatatuba: Entenda a Proposta que Divide Opiniões
Taxa do lixo em Caraguá gera debate entre moradores

O assunto que tomou conta dos grupos de WhatsApp em Caraguatatuba finalmente chegou ao plenário. Na noite de segunda-feira, a Câmara Municipal transformou-se em arena de debates sobre um tema que, convenhamos, ninguém gosta de discutir, mas que é inevitável: quem vai pagar pela coleta do nosso lixo?

A audiência pública — aqueles encontros onde a teoria encontra a realidade — reuniu gente comum, representantes de associações e, claro, os vereadores. O clima? Bem, digamos que estava longe de ser uma reunião de condomínio amigável.

O que realmente está em jogo?

Parece simples, mas não é. A prefeitura argumenta que manter o serviço de coleta de lixo custa caro — muito caro. Segundo eles, estamos falando de aproximadamente R$ 2 milhões por mês. Sim, você leu certo: dois milhões de reais mensais só para recolher o que jogamos fora.

O problema é que esse valor hoje sai do chamado "bolo único" do município. Traduzindo: o dinheiro que poderia estar indo para saúde, educação ou asfalto está sendo desviado para cobrir o déficit da coleta de resíduos.

E os moradores? O que pensam?

Ah, essa é a parte interessante. Enquanto alguns entendem a necessidade — "alguém tem que pagar a conta", ouvimos de um senhor —, outros estão furiosos. "Já pago impostos demais!" reclamou uma moradora do bairro Tinga, visivelmente irritada.

O debate esquentou quando surgiu a pergunta que não quer calar: como será calculada essa tal taxa? Pelos metros quadrados do imóvel? Pela quantidade de lixo gerada? Pela renda familiar? A prefeitura ainda não tem todas as respostas, e isso, naturalmente, preocupa.

Um problema que veio para ficar

O que muita gente não percebe é que Caraguatatuba cresceu — e muito. Com mais habitantes, vem mais lixo. E com mais lixo, vem custos maiores. É matemática pura.

Os números apresentados são eloqüentes: a cidade gera cerca de 160 toneladas de resíduos por dia. Imagine o que significa coletar, transportar e destinar tudo isso adequadamente. Não é como levar o saco de lixo para a calçada e esquecer o assunto.

E agora, José?

A verdade é que não há solução mágica. Se não criarmos uma taxa específica, outros serviços essenciais vão definhar. Mas se criarmos, o orçamento familiar já tão apertado vai sentir o golpe.

O que me impressionou foi a fala de um morador mais antigo: "Na minha época, a gente produzia menos lixo". Talvez a solução passe também por repensarmos nosso consumo, não acham?

Enquanto isso, a prefeitura promete mais transparência. Dizem que vão apresentar planilhas detalhadas com todos os custos e que a proposta final só virá após ampla discussão. Resta saber se as promessas serão cumpridas.

Uma coisa é certa: o lixo de hoje pode se transformar no problema político de amanhã. E em Caraguatatuba, essa discussão está longe de acabar.