
Numa trama que parece saída de roteiro de filme policial, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) estão com as mãos cheias em Cuiabá. E não é pra menos — um esquema de desvio de recursos da saúde indígena está sendo desmontado peça por peça, e os números são de deixar qualquer um de cabelo em pé.
Segundo apuraram nossos repórteres, o buraco é bem mais embaixo. O programa do SUS que deveria garantir atendimento médico a comunidades indígenas virou, na prática, um caixa eletrônico para um grupo sem escrúpulos. Estamos falando de valores que podem ultrapassar a casa dos milhões — dinheiro que, convenhamos, faz muita falta nos postos de saúde da região.
Como o esquema funcionava?
Pois é, a pergunta que não quer calar. Pelas investigações iniciais, os envolvidos usavam de tudo um pouco: notas fiscais frias, serviços fantasmas e até superfaturamento de medicamentos. Uma verdadeira aula de como não se deve gerir recursos públicos.
- Contratos suspeitos com organizações sociais
- Pagamentos por consultas nunca realizadas
- Compra de equipamentos médicos a preços absurdos
E o pior? Enquanto isso rolava, indígenas continuavam enfrentando filas intermináveis e falta de medicamentos básicos. Dá pra acreditar?
As consequências
Além do óbvio prejuízo financeiro — que todo brasileiro paga do bolso —, o esquema deixou rastros profundos na assistência à saúde na região. Postos sem insumos, profissionais desmotivados e, claro, comunidades inteiras sem o atendimento que lhes é garantido por lei.
Não é de hoje que a saúde indígena vive às turras com a falta de recursos. Mas descobrir que parte do problema vem de desvio proposital? Isso sim é de cortar o coração.
Agora, a bola está com a Justiça. As investigações seguem a todo vapor, e os responsáveis — se tudo der certo — deverão responder não apenas na esfera administrativa, mas criminalmente também. E tomara que rápido, porque como diz o ditado: justiça que tarda...