Observatório Astronômico de Santa Maria pode fechar as portas após corte de vigilância noturna pela prefeitura
Observatório de Santa Maria pode fechar por falta de segurança

Imagine um lugar onde as estrelas parecem mais próximas, onde o universo se revela em detalhes que deixam qualquer um de queixo caído. Agora, pense que esse lugar pode desaparecer por uma decisão que, francamente, ninguém entende direito. É o que está acontecendo com o Observatório Astronômico de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Depois de 15 anos iluminando mentes e inspirando curiosidade científica, o local está com os dias contados. A prefeitura, sem aviso prévio, simplesmente decidiu retirar o serviço de vigilância noturna — e aí, meu amigo, o buraco é mais embaixo.

Segurança virou artigo de luxo

"Sem vigilância, não tem como manter as portas abertas", desabafa um dos funcionários, que prefere não se identificar. E não é pra menos. O observatório fica num local afastado, e a noite, como todo mundo sabe, é quando os astrônomos amadores e profissionais mais frequentam o lugar.

O que a prefeitura não levou em conta? Que telescópios caros e equipamentos sensíveis não combinam com abandono. "É como deixar um museu aberto sem seguranças", compara uma professora que leva alunos ao local há anos.

Reações que deixam a desejar

Quando questionada, a administração municipal soltou aquela velha frase decorada: "estamos revisando prioridades orçamentárias". Só que ninguém compra essa história. A vigilância custava menos que o cafezinho mensal de alguns gabinetes — e olha que estou sendo generoso nos cálculos.

  • 15 anos de funcionamento ininterrupto
  • Mais de 5.000 visitantes por ano
  • Único observatório da região com acessibilidade

E agora? A comunidade científica local está fazendo barulho, mas parece que estão falando com a parede. Até criaram uma petição online que já reuniu mais de 2.000 assinaturas em três dias. Será que alguém na prefeitura vai ouvir?

O céu não é o limite para a falta de visão

O pior de tudo é que o observatório não era só um ponto turístico. Era (ou ainda é, enquanto resiste) um centro de educação científica para escolas públicas, um refúgio para apaixonados pelo cosmos e, não menos importante, um orgulho para Santa Maria.

Enquanto isso, em algum escritório com ar-condicionado, alguém deve estar achando que cortar a vigilância é "apenas uma medida administrativa". Mal sabem que estão apagando — com canetada burocrática — um pedacinho do que faz uma cidade ser mais que concreto e semáforos.

O céu, esse sim, vai continuar lá. Mas as próximas gerações talvez tenham que contentar em vê-lo apenas pelas telinhas dos smartphones. E isso, convenhamos, é de cortar o coração.