
Parece piada, mas é a mais pura realidade do nosso dinheiro público. Enquanto você aí se vira para pagar contas no fim do mês, o Governo do Distrito Federal resolveu gastar nada menos que R$ 2 milhões — sim, dois milhões de reais! — em um serviço no mínimo curioso: trocar fechaduras e cadeados.
O «felizardo» é o CENTRAD, aquele centro de tradições nordestinas que virou praticamente um fantasma na capital federal. Quatorze anos fechado. Quatorze! E sem a menor perspectiva de ser reaberto para a população.
É daquelas situações que faz a gente coçar a cabeça e pensar: «Será que não tem coisa mais urgente para resolver?». A licitação, publicada no Diário Oficial do DF, especifica a compra de 66 fechaduras especiais e 130 cadeados. Tudo de alto padrão, claro.
Um Elefante Branco no Coração de Brasília
O prédio, que deveria ser um ponto de cultura e celebração, hoje é basicamente um peso. Um lembrete constante de como projetos públicos podem nascer, morrer e depois custar caro mesmo mortos. A justificativa? Prevenir «avarias e furtos». Como se o problema maior não fosse justamente o abandono total do espaço.
Ah, a ironia! Gastar uma fortuna para proteger um lugar que não serve para nada. É como comprar um seguro de vida para um espantalho.
O Desespero é Tanto Que…
E não para por aí. O edital é tão específico que até exige que as fechaduras sejam à prova de… água! Alguém pode explicar para que isso em um prédio fechado no planalto, longe de qualquer enchente? Parece aqueles editais feitos sob medida, sabe?
O pior de tudo é que essa não é a primeira vez que jogam dinheiro nesse buraco sem fundo. Em 2021, já tinham tentado algo similar. Agora, tentam de novo. E a população, claro, fica só olhando.
O que esperar? Bom, enquanto o CENTRAD não reabre, pelo menos suas fechaduras estarão moderníssimas. Seguranças, relógios de ponto digital… tudo para um lugar vazio. É o Brasil que não acerta nunca, mas também não erra por falta de tentativa.
No fim, a gente se pergunta: quando é que a prioridade vai ser revitalizar de verdade, e não apenas trocar a fechadura do problema? Fica a dúvida no ar — e mais R$ 2 milhões saindo dos nossos bolsos.