
Parece brincadeira, mas a realidade é dura. Piracicaba, uma das cidades mais importantes do interior paulista, está sentada em cima de uma montanha de dívidas que não foram pagas. Estamos falando de nada menos que R$ 3,2 bilhões em débitos inscritos na chamada dívida ativa municipal. Um valor que chega a ser, pasmem, quase idêntico a todo o orçamento anual da cidade.
É dinheiro que deixou de entrar nos cofres públicos e que faz, sim, uma falta danada. Quem paga a conta, no final das contas, é a população, com serviços de saúde, educação e infraestrutura que poderiam ser melhores.
Onde Está o Calo Apertando?
Os principais vilões dessa história são dois velhos conhecidos dos contribuintes: o Imposto sobre Serviços (ISS) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Juntos, eles respondem pela parte do leão dessa dívida colossal. Dá para acreditar?
- ISS: Concentra sozinho mais de R$ 1,5 bilhão dos valores não pagos.
- IPTU: Vem em seguida, com uma cifra que beira os R$ 1 bilhão em atrasos.
Ou seja, empresas e proprietários de imóveis são os grandes devedores. A prefeitura, por sua vez, tenta correr atrás do prejuízo através de programas de parcelamento, mas a adesão, muitas vezes, ainda fica abaixo do esperado.
E Agora, José?
A situação é preocupante, para dizer o mínimo. Ter uma dívida ativa desse tamanho é como tentar dirigir um carro com o freio de mão puxado. A administração municipal fica com as mãos amarradas para investir em obras e melhorias urgentes. Ruas, escolas, postos de saúde... Tudo fica comprometido.
Alguns especialistas em finanças públicas que acompanham a região já soltaram o verbo: é preciso uma ação mais enérgica para reverter esse quadro. Seja através de uma cobrança mais eficiente, seja criando condições mais atraentes para que os devedores regularizem suas situações. O fato é que não dá mais para empurrar esse problema com a barriga.
Enquanto isso, o cidadão comum segue sua vida, muitas vezes sem ter a menor ideia do tamanho do buraco financeiro que se forma bem debaixo do seu nariz. E a pergunta que fica no ar é: quando é que essa conta vai, de fato, ser paga?