
O clima no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) esquentou nesta quarta-feira (24/07). E não foi por causa do calor amazônico — que, convenhamos, já é de lascar. O deputado Carlos Alberto (PL) pegou pesado no discurso, exigindo celeridade na distribuição de auxílio emergencial para famílias atingidas pelas últimas enchentes.
"Tá virando rotina essa enrolação toda", disparou o parlamentar, com aquele misto de indignação e cansaço que só quem acompanha de perto a burocracia conhece. Segundo ele, enquanto os relatórios ficam rodando de mesa em mesa, "o povo tá passando necessidade lá na ponta".
O que está em jogo?
Pelo menos 15 municípios continuam em situação de emergência desde maio. E olha que nem estamos falando de qualquer chuva: foram os piores alagamentos dos últimos 10 anos em algumas regiões. Casas destruídas, plantações perdidas, famílias inteiras desabrigadas — o pacote completo de tragédia que ninguém merece.
O deputado foi categórico: "A Defesa Civil tem que parar de empurrar com a barriga. Cadê os kits de alimentação? E as barracas prometidas?" A pergunta ficou no ar, ecoando naquele silêncio constrangedor que sempre aparece quando o assunto é falta de ação.
Números que assustam
- Mais de 3.000 famílias ainda aguardam assistência
- 17 escolas continuam inacessíveis por conta da água
- Prejuízos agrícolas estimados em R$ 12 milhões
E tem mais: segundo relatos de lideranças comunitárias (aqueles que realmente sabem o que rola no chão da foz), alguns estoques de medicamentos básicos estão perigosamente perto do fim. "Isso aqui não é jogo de videogame", lembrou o deputado. "Quando a saúde do povo tá em risco, não dá pra ficar esperando o próximo turno."
O recado foi dado — e com aquele tom de urgência que só quem já viu de perto o desespero de quem perdeu tudo consegue transmitir. Agora, resta saber se vai sair do papel. Ou melhor, do plenário.