
Eis uma jogada que vai fazer barulho no mundo corporativo. A Indigo, aquela fintech de pagamentos que já nasceu com DNA inovador, decidiu cortar pela raiz um problema crônico do nosso mercado: a disparidade de gênero. A partir de agora, e até que a meta seja alcançada, toda nova vaga na empresa será preenchida por mulheres. Sim, você leu direito — times 100% femininos até chegarem lá.
Não se trata de modismo ou de gesto vazio. É estratégia pura, daquelas que mudam o jogo. A CEO Paula Bellotti, uma executiva que não tem papas na língua, deixa claro: "Cansei de discurso. Quero ação". E ação é o que não vai faltar.
Mais do que números, uma mudança de cultura
O plano é ambicioso e vai além das contratações. A empresa estabeleceu um prazo — até 2027 — para atingir a paridade completa em todos os níveis hierárquicos. Isso significa ter tantas mulheres quanto homens desde cargos júnior até a liderança executiva. Algo ainda raro por aqui, não é mesmo?
Mas olha só que interessante: a medida não é sobre excluir homens. É sobre incluir mulheres num ritmo acelerado, corrigindo anos de desequilíbrio. É matemática básica, mas que poucos tiveram a coragem de aplicar.
Os números que falam por si
Atualmente, as mulheres representam 41% do quadro de funcionários da Indigo. Parece bom? Até que sim, mas esconde uma verdade inconveniente: nos cargos de liderança, essa presença cai para 31%. Aquela velha história do teto de vidro, sabe como é?
A nova política já está em prática. Só neste ano, 74% das 150 contratações foram mulheres. E até o final de 2024, a expectativa é que elas sejam 50% da liderança. Agora é acompanhar para ver.
Por que isso importa para o ESG?
Ah, essa tal de agenda ESG não é só sobre plantar árvores ou reduzir carbono. O "S" de social — que inclui diversidade e equidade — ganha cada vez mais peso. Investidores estão de olho, consumidores cobram e o mercado valoriza empresas que fazem a lição de casa direito.
A Indigo parece ter entendido isso na prática. Ao fortalecer a presença feminina, eles não apenas cumprem com responsabilidade social como potencializam a inovação. Diferentes perspectivas geram soluções mais criativas — isso é fato comprovado.
O movimento da Indigo é ousado, polêmico para alguns, mas necessário. Mostra que é possível acelerar mudanças quando há vontade real. Resta saber quantas outras empresas terão coragem de seguir o mesmo caminho.
Enquanto isso, as profissionais brasileiras ganham um exemplo concreto de que o futuro do trabalho pode, sim, ser mais equilibrado. E isso é bom para todo mundo.