
O cenário cultural brasileiro perdeu uma de suas figuras mais carismáticas e inusitadas. Coracy Arantes, aquela presença de televisão que todo mundo reconhecia mesmo sem saber direito o nome — até ela explodir nas redes sociais, é claro — partiu aos 82 anos. A notícia chegou na tarde desta quarta-feira (28), um daqueles dias que começam normais e terminam com um peso no peito.
São José dos Campos, no interior paulista, onde ela vivia, parece um pouco mais silenciosa hoje. A família, através de um comunicado breve e emocionado, confirmou o falecimento mas pediu privacidade — um momento delicado, né? A gente imagina.
Coracy não era uma celebridade qualquer. Ela tinha uma daquelas carreiras que contam a história da própria mídia brasileira. Fez história na TV Vanguarda, afiliada da Globo, nos anos 80 e 90. Sua voz, seu jeito único de apresentar… era algo que grudava na memória. Quem viveu aquela época lembra.
Mas eis o plot twist que ninguém — absolutamente ninguém — esperava: décadas depois, ela ressurge como um fenômeno da internet. Viralizou. Virou meme, é verdade, mas daqueles memes afetivos, que a gente compartilha com um sorriso e um carinho genuíno. De repente, Coracy era uma influencer digital nonagenária, mostrando que reinvenção não tem idade para começar.
As redes sociais ontem foram tomadas por uma comoção legítima. Não era aquela comoção de praxe, de quando um famoso morre. Era diferente. Havia uma nostalgia específica, uma gratidão por ela ter cruzado o caminho de duas gerações tão distintas com a mesma autenticidade.
E o que fica? Fica a lição. Coracy Arantes mostrou que o palco pode mudar — da TV para o feed do Instagram — mas o que importa mesmo é a conexão verdadeira. Ela tocou as pessoas, seja através da tela de tubo ou da tela de LED. E isso, no fim das contas, é o único legado que realmente importa.
Descanse em paz, Coracy. A cultura pop brasileira vai sentir sua falta.