Fé Inabalável: Centenas Madrugam em Campo Grande para Celebração Histórica de Carlo Acutis
Fiéis madrugam em CG para canonização de Carlo Acutis

Imagine acordar no meio da madrugada, com a cidade ainda mergulhada no silêncio, movido por uma fé que transcende o cansaço. Foi exatamente isso que centenas de pessoas fizeram neste domingo em Campo Grande — e não, não era para comprar ingresso de show ou pegar fila em liquidação.

O motivo? Algo bem mais profundo: acompanhar ao vivo a canonização de Carlo Acutis, o primeiro santo millennial da Igreja Católica, direto do Vaticano. A cena na Paróquia São João Bosco era digna de filme — ou melhor, de história real mesmo.

Das 3h da manhã, gente de todas as idades começou a chegar. Tinha desde crianças sonolentas nos braços dos pais até idosos com olhos brilhantes de esperança. O padre Evenilton Rodrigues, que comandou a missa especialíssima das 4h, não disfarçava a emoção. "É um marco histórico", disse ele, com aquela voz mista de seriedade e alegria que só padre animado tem.

Quem foi Carlo Acutis?

Ah, sim — talvez você não conheça a história desse jovem que está cativando o mundo. Carlo era um adolescente italiano que morreu em 2006, com apenas 15 anos, vítima de leucemia. Mas não foi uma vida qualquer: ele era apaixonado por computadores, futebol e… santidade. Sim, o garoto criou um site para catalogar milagres eucarísticos e vivia sua fé de forma intensa, mas super normal — postava memes (santos, claro), ajudava amigos com homework e adorava animais.

Dois milagres foram atribuídos a ele após sua morte, incluindo a cura de uma criança brasileira — o que acelerou todo o processo de canonização. Não é incrível?

O clima durante a transmissão

Dentro da igreja, a atmosfera era eletrizante. Quando o Papa Francisco declarou oficialmente Carlo Acutis como santo, rolou um silêncio de respeito seguido de aplausos espontâneos. Teve gente que chorou baixinho, outras que levantaram as mãos em agradecimento — cada um à sua maneira, mas todos unidos pela mesma emoção.

Maria Silva, 67 anos, veio sozinha e não se arrependeu nem um pouco de ter pulado da cama às 2h30. "Valeu cada minuto de sono perdido", contou, com um sorriso que ia de orelha a orelha. "Ver um jovem como a gente sendo elevado aos altares… isso dá esperança para a juventude de hoje."

E não foi só ela. Jovens, muitos jovens mesmo, marcaram presença. Algo raro em missas de madrugada, convenhamos. Talvez porque Carlo represente algo próximo deles: uma santidade possível, sem deixar de ser gamer, de rir das coisas e de viver seu tempo.

Ao final da celebração, o padre Evenilton reforçou a mensagem que parece ter ecoado na mente de todos: "Carlo nos mostra que a santidade não é coisa do passado. Está ao alcance de todos, inclusive dos que nasceram na era digital".

E aí, você também se inspirou?