
Eis que do coração do Brasil, mais precisamente de Goiás, brota uma história que parece saída de um daqueles livros antigos de hagiografia – só que com Wi-Fi e smartphone. Carlo Acutis, aquele jovem italiano que morreu em 2006 aos 15 anos e era viciado em computadores, está prestes a se tornar o primeiro santo da geração millennial. E olha só que ironia do destino: o milagre que selou o processo veio de uma cidade goiana.
O Vaticano confirmou – finalmente! – que a recuperação inexplicável de um jovem brasileiro após um acidente de bicicleta em Goiânia foi, de fato, um milagre atribuído à intercessão de Carlo. O menino sofreu um traumatismo craniano gravíssimo em 2023, os médicos praticamente haviam perdido as esperanças, mas a família não se rendeu. Começaram a rezar para Carlo Acutis, e eis que o impossível aconteceu.
O inusitado caminho para a santidade
O que torna essa história tão fascinante – além do óbvio – é o contraste brutal entre a modernidade de Carlo e a tradição milenar da Igreja. O garoto era um génio da informática, criou sites para catalogar milagres eucarísticos, jogava videogame como qualquer adolescente. E agora, duas décadas após sua morte, torna-se símbolo de uma fé que se renova sem medo do novo.
O processo de canonização, diga-se de passagem, foi um dos mais rápidos da história recente. Beatificado em 2020, Carlo agora salta para a santidade completa. Algo raríssimo! Normalmente esses processos arrastam-se por séculos, mas parece que até no Vaticano entenderam que os tempos são outros.
O que significa esse milagre brasileiro?
Para além do aspecto religioso – que cada um interpreta como bem entender – há algo profundamente simbólico nesse reconhecimento. O Brasil, país com a maior população católica do mundo, oferece à Igreja seu primeiro santo millennial através de um milagre goiano. Não é pouco coisa!
E cá entre nós: há certa poesia no fato de um jovem apaixonado por tecnologia ter seu milagre reconhecido justamente numa era onde a fé e a digitalização coexistem de forma tão intrincada. Quem diria, não?
A cerimónia de canonização está marcada para domingo no Vaticano, e promete ser um evento histórico. Não apenas pela santificação de Carlo, mas pelo que ele representa: uma ponte entre a tradição católica e o mundo contemporâneo. E o Brasil, é claro, estará no centro dessa história.