Numa cerimônia que mistura tradição secular e contemporaneidade, o Vaticano prepara-se para canonizar Carlo Acutis — um nome que, diga-se de passagem, soa mais a influencer digital do que a santo de altar. Mas é exatamente essa a revolução silenciosa que acontece hoje na Igreja Católica.
Nascido em Londres em 1991 e criado na Itália, Carlo era, à primeira vista, um adolescente comum. Gostava de videogames, adorava fazer zoeira com os amigos e era viciado em computadores. Só que tinha um detalhe: enquanto a maioria dos jovens da sua idade estava preocupada com redes sociais, ele usava suas habilidades para criar sites sobre milagres eucarísticos. Sim, você leu certo.
Uma Vida Rápida, Uma Obra Eterna
Aos 15 anos, uma leucemia fulminante levou-o — mas o que parecia o fim era só o começo de algo muito maior. Desde então, a história de Carlo ganhou o mundo. Dois milagres atribuídos a ele foram reconhecidos pelo Vaticano: a cura de uma criança brasileira com doença pancreática rara e a recuperação de uma universitária costa-riquenha após grave acidente.
Não é todo dia que um jovem que jogava futebol e codava em HTML vira referência de santidade, não é mesmo?
O Digital e o Divino
O que mais chama atenção — além da obvious aura de mistério — é como Carlo soube conciliar duas realidades tão distantes: a fé ancestral e a tecnologia do século XXI. Ele não rezava apenas; criava bancos de dados sobre aparições marianas. Não só frequentava a igreja; evangelizava através de linhas de código.
E talvez seja essa a sua maior herança: mostrar que santidade também pode ter login, senha e talvez até um meme ou outro (quem sabe?).
Hoje, sua canonização não é apenas mais uma cerimônia — é um recado. De que a espiritualidade não precisa (e não deve) ficar presa no passado. E que até entre tweets e reels, há espaço para o sagrado.
E aí, pronto para conhecer o primeiro santo que provavelmente teria um Instagram?
