
Era uma noite que ninguém que estava lá vai esquecer tão cedo — o ar pesado de nostalgia, o cheiro de cerveja derramada e aquele som que parecia sair direto dos anos 70. Ozzy Osbourne, o Príncipe das Trevas, deu seu adeus definitivo ao Black Sabbath no começo de julho, e que adeus!
Quem pensou que o tempo tinha amolecido o grupo se enganou feio. Eles entraram no palco como um furacão, com Tony Iommi cortando o ar com seus riffs pesados e Geezer Butler fazendo o chão tremer. Ozzy? Aquele mesmo: imprevisível, caótico e dono de um carisma que nem o tempo conseguiu corroer.
Um setlist pra ninguém botar defeito
Nada de setlists encurtados ou versões acústicas pra agradar os mais novos. Foi na base do clássico mesmo:
- "War Pigs" — como se o mundo ainda precisasse de um hino contra a guerra
- "Iron Man" — aquele riff que todo guitarrista iniciante tenta (e falha) copiar
- "Paranoid" — porque afinal, quem nunca?
E no meio disso tudo, Ozzy fazendo aquela coisa que só ele sabe — gritar "I love you all!" como se estivesse descobrindo a frase na hora.
O momento mais emocionante (e inesperado)
Quem esperava só heavy metal bruto se surpreendeu. No meio do show, Ozzy parou, olhou pro público e soltou um "Thank you for 50 fucking years" que arrancou lágrimas até dos mais durões. Tony Iommi, sempre o gentleman do metal, ficou visivelmente emocionado — coisa rara pra quem inventou o som do apocalipse.
E assim foi: sem hologramas, sem banda substituta, sem promessas de "voltaremos". Só quatro caras que mudaram a história da música saindo de cena do jeito que sempre entraram — fazendo um barulho infernal e deixando a plateia com os tímpanos latejando.
Fim de uma era? Sem dúvida. Mas que fim!