Peixe Desfiado: A Herança Culinária que Conquistou o Interior Paulista
Peixe Desfiado: A Herança Gastronômica de Campinas

Quem diria que um método simples de preparar peixe – desses que nascem da pura necessidade – se tornaria uma marca registrada da culinária do interior? Pois é. O peixe desfiado, minha gente, não é apenas um prato: é um pedaço da nossa história, uma herança direta dos tempos em que não se desperdiçava absolutamente nada.

Imagine a cena: pescador chega em casa com uma bela pescaria, mas alguns peixes estão… digamos, meio amassados. A dona da casa, criativa como só ela, não joga fora. Cozinha, tira a pele e os espinhos, e desfia aquela carne com uma paciência de monge. O resultado? Uma iguaria que engana pela simplicidade, mas que carrega um sabor inconfundível.

Não é Só Comida, é Memória Afetiva

O negócio vai muito além do paladar. O peixe desfiado é pura memória afetiva para quem cresceu em sítios ou cidades ribeirinhas. Me lembro perfeitamente da minha avó preparando – as mãos ágeis transformando o peixe cozido em fios dourados, o cheiro que tomava a cozinha inteira. Era uma receita de festa, de domingo, de reunião familiar.

E o melhor? A versatilidade. Ele vira recheio para pastéis, bolinhos, coxinhas, ou é simplesmente degustado com arroz branco e aipim cozido. Uma delícia que, cá entre nós, merece muito mais reconhecimento.

O Segredo Está no Preparo

Nada de pressa. O segredo do peixe desfiado de qualidade – aquele que derrete na boca – é a calma. Cozinhar bem até a carne se soltar fácil dos ossos, escolher peixes com carne mais firme (como tilápia ou pacu) e temperar com alho, cebola, salsinha e um fio de limão. Simplicidade que funciona.

É um daqueles pratos que não precisam de firula. A graça está justamente aí: na honestidade dos ingredientes e no carinho do preparo.

E aí, já experimentou? Se não, tá perdendo tempo. É mais do que uma refeição; é um encontro com as raízes do interior paulista. E se já conhece, conta pra gente: como é que faz aí na sua casa?