
Quem passa por Pelotas nesta época do ano sabe: o ar fica mais doce. Literalmente. A Feira do Doce, tradição que já virou marca registrada da cidade, transformou-se num verdadeiro ímã para turistas de todos os cantos do país — e não é à toa.
Imagine uma explosão de sabores que vai desde os clássicos doces de pelota (sim, aqueles mesmo que deram nome à cidade) até criações inusitadas que desafiam o paladar. É como se alguém tivesse pegado o livro de receitas da vovó e dado um upgrade do século XXI.
Do tradicional ao inovador
Os estandes — mais de 50, para ser exato — oferecem de tudo um pouco. Tem desde as quitandas mais tradicionais, aquelas que remetem direto à infância na casa da avó, até combinações que você juraria que não funcionariam... mas funcionam. Já experimentou brigadeiro de charque? Pois é.
"A gente vê de tudo aqui", conta Dona Marisa, uma das expositoras mais antigas do evento, enquanto arruma cuidadosamente seus pastéis de Santa Clara. "Tem gente que vem todo ano só para provar alguma coisa nova."
Mais que doces: uma experiência completa
Mas não pense que é só chegar, comprar e ir embora. A feira virou quase um ritual — primeiro você dá uma volta completa para "espiar" as opções (mentira, todo mundo sabe que você vai acabar comprando tudo mesmo). Depois vem a parte difícil: escolher por onde começar.
E enquanto os doces roubam a cena, a programação paralela não fica atrás:
- Oficinas que ensinam técnicas centenárias
- Apresentações culturais que contam a história da região
- Espaços temáticos perfeitos para aquela foto Instagramável
Não é exagero dizer que a cidade inteira respira esse clima festivo durante os dias de evento. Os hotéis ficam lotados, os restaurantes inventam menus especiais e até os pelotenses mais antigos descobrem novidades.
Turismo com gosto de quero mais
Segundo a secretaria de turismo local, a feira já representa quase 30% da movimentação anual de visitantes na cidade. E os números não mentem: só no primeiro dia deste ano, mais de 15 mil pessoas passaram pelos corredores doces.
"É impressionante como um evento assim consegue colocar Pelotas no mapa", reflete o secretário de cultura, entre um gole de chimarrão e outro. "As pessoas vêm pelos doces, mas acabam descobrindo tudo o mais que a cidade tem a oferecer."
E se você ainda não marcou na agenda, a feira continua até o final do mês. Só não espere encontrar aquela receita secreta da sua bisavó — algumas coisas os doceiros guardam só para eles.