Uberlândia em Foco: Imagens Raras Revelam Como Era o 7 de Setembro no Século Passado
Uberlândia: Fotos históricas mostram antigos desfiles de 7 de setembro

Quem diria que folhear velhos álbuns de fotografia poderia ser tão emocionante? O Arquivo Público de Uberlândia abriu seus baús do tempo e o que encontramos lá é pura nostalgia em preto e branco – e um pouco de colorido também.

As imagens, sabe, não são apenas registros. São máquinas do tempo. Elas nos transportam para as décadas de 1940 a 1980, mostrando com uma clareza impressionante como os uberlandenses celebravam a Semana da Pátria. E olha, a cidade era outra. Mas o sentimento de orgulho nacional? Esse permanece igual.

Os Desfiles que Marcaram Época

As fotografias – algumas frágeis, outras surpreendentemente preservadas – mostram desfiles militares e estudantis que tomavam as então principais vias da cidade. A Avenida Afonso Pena, hoje um corredor comercial frenético, era palco de marchas solenes. A Rua Tiradentes, outra artéria importante, via passar gerações de alunos fardados – impecáveis, cheios de seriedade infantil.

Os uniformes eram outros, é claro. Meninas de saias plissadas e blusas imaculadas. Meninos de calças bem passadas e sapatos engraxados. Os militares com seus fardamentos de época. Tudo tão diferente, mas ao mesmo tempo tão familiar no cerimonial.

Mais do que Marchas: A Cidade em Transformação

O que talvez seja mais fascinante nessas imagens não são apenas as pessoas, mas o cenário por trás delas. Uberlândia crescendo, se modernizando, se tornando a metrópole que é hoje. Você vê prédios baixos, carros antigos, placas de madeira – um urbanismo que não existe mais.

É como assistir a uma cidade dormindo e acordando ao mesmo tempo. Cada foto conta duas histórias: a da celebração cívica daquele exato momento, e a história silenciosa do desenvolvimento urbano nos bastidores.

O Valor de Preservar Nossa Própria História

Essa coleção não surgiu do acaso. É fruto de um trabalho meticuloso – e muitas vezes anônimo – de preservação do Arquivo Público. Digitalizar, catalogar, restaurar. Tarefas ingratas até que alguém resolve espiar o resultado final e leva um choque de realidade: nossa história está ali, viva, respirando.

Quantos daqueles jovens nas fotos ainda estão por aí, talvez com netos que nem imaginam que a avó desfilou com orgulho na Afonso Pena em 1955? A memória coletiva é assim – frágil como papel, mas forte como concreto quando preservada.

As comemorações do 7 de Setembro mudaram, claro. Os desfiles talvez não tenham mais a mesma pompa de outrora. A cidade certamente não tem mais a mesma cara. Mas ver essas imagens nos faz pensar: o que permaneceu? O espírito cívico, o amor pela cidade, o orgulho de ser brasileiro – algumas coisas, felizmente, resistem ao tempo.

E no fim das contas, é isso que essas fotografias nos dizem: podemos mudar as ruas, os carros, as roupas. Mas a alma de uma cidade – essa, não.