
Não foi só o ronco dos motores que ecoou pelo Parque Anauá na noite desta sexta-feira (5). O som era outro, bem mais pesado e distorcido — e vinha direto dos palcos. Os Raimundos, aqueles mesmos do 'Puteiro em João Pessoa' e de tantos hinos de uma geração, simplesmente detonaram na abertura do 17º Encontro Internacional de Motos de Alta Cilindrada. E que abertura, hein?
O clima já estava elétrico horas antes, com uma multidão de motociclistas — e fãs de rock, claro — ocupando cada centímetro do espaço. Dava pra sentir a expectativa no ar, uma mistura de gasolina, poeira e aquela ansiedade gostosa que precede um show aguardado por meses.
O espetáculo: muito mais que apenas um show
Quando os primeiros acordes cortaram o céu de Boa Vista, foi aquilo. Uma descarga de energia pura. Digo sem medo de errar: o repertório foi uma viagem no tempo, mas com a potência de quem nunca parou. Eles mandaram ver com clássicos que a plateia cantou até ficar rouca — e uns mais novos, que mostram que a banda ainda tem muito a dizer.
O vocalista… ai, o vocalista! Que entrega! Com uma energia que dava pra sentir lá atrás, ele não poupou gritos, piadas típicas do cerne do rock brasileiro e aquela interação que faz todo mundo se sentir parte do show. A galera respondia com headbangs, pulos e muitos ">Vai, caramba!" gritados.
Um evento que vai muito além da música
Mas o Encontro não é só isso, né? A moto é a grande estrela da festa, e isso fica claro na paisagem. De customizadas imponentes a esportivas que parecem saídas de um filme, o parque se transformou num museu a céu aberto sobre duas rodas. Os motociclistas, de todos os cantos do Brasil e até de além-fronteiras, trouxeram não só suas máquinas, mas suas histórias.
E o papo vai rolar por mais dois dias! Sábado e domingo prometem — e muito. A programação está recheada: exposições de motos customizadas que são verdadeiras obras de arte, competições que testam habilidade e coragem, feiras de acessórios e, claro, muita, muita música.
É aquela atmosfera única, sabe? O cheiro de churrasco, o visual do couro e dos capacetes, o ronco coordenado dos escapamentos… Tudo isso cria uma experiência que é meio que um ritual para essa galera. Uma celebração de liberdade, estilo de vida e da estrada.
Quem perdeu a noite de abertura… bom, ainda dá tempo de correr pro abraço. O evento segue firme e forte, e se o primeiro dia foi assim, imagina o que vem por aí. Boa Vista, prepare seus tímpanos — o rondo ainda vai ecoar por aí.