
Imagine uma cidade inteira respirando literatura. Pois é exatamente isso que acontece a partir desta sexta-feira (5) em Maricá, quando a Festa Literária Internacional abre suas cortinas com uma das homenagens mais merecidas do cenário cultural brasileiro.
Conceição Evaristo – aquela voz potente que atravessa gerações – será o centro das atenções. E olha, não poderia ser diferente. A escritora mineira, com sua prosa afiada e poesia que corta direto na alma, representa exatamente o que a FLIM prega: diversidade, representatividade e aquela literatura que não tem medo de falar o que precisa ser dito.
Programação que vai muito além dos livros
Até domingo (7), o Largo de Santo Antônio vira palco de uma verdadeira imersão cultural. São mais de 30 atrações – todas gratuitas, diga-se de passagem – espalhadas por três tendas principais. A organização promete:
- Mesas redondas com debates que prometem esquentar os ânimos
- Saraus poéticos onde a palavra ganha vida
- Oficinas criativas para quem quer botar a mão na massa
- Apresentações musicais que dialogam com a literatura
- E claro, aquela feirinha de livros irresistível
E não para por aí. A FLIM sempre teve esse cuidado de espalhar a magia pelos quatro cantos da cidade. Bibliotecas comunitárias e escolas também recebem atividades – porque literatura boa tem que circular mesmo.
O pulo do gato da FLIM
O que me chama atenção nessa festa literária é how eles conseguem misturar o erudito com o popular sem nenhum trauma. De um lado, grandes nomes da academia; do outro, poetas de sarau da periferia. Tudo junto e misturado, criando um caldo cultural que é puro Brasil.
E Maricá abraça essa ideia com uma energia contagiante. A cidade – que já vem se firmando como um polo cultural fora do eixo Rio-Niterói – parece entender perfeitamente que literatura não é coisa de museu. É coisa viva, que pulsa nas ruas, nas praças, na voz do povo.
Domingo à noite, quando as luzes se apagarem no Largo de Santo Antônio, o que vai ficar não é só a lembrança de mais uma edição da FLIM. Vai ficar aquela sensação gostosa de que a literatura brasileira está vivíssima – e tem endereço certo em Maricá.