
Não foi só mais um fim de semana qualquer na Região dos Lagos. Ah, definitivamente não. De 4 a 6 de setembro, um evento de outro nível sacudiu a cena cultural: o Festival Raízes, uma imersão completa e pulsante no coração da cultura quilombola e antirracista. E que imersão!
Imagine só: o som contagiante dos tambores ecoando, aquele cheiro incrível de comida de herança africana no ar, e uma energia que só quem está ali para celebrar a própria história consegue sentir. Foi exatamente essa a vibe no Espaço Cultural e Esportivo Dona Délir, em Iguaba Grande. O lugar simplesmente fervia.
Muito Mais que uma Festa: Um Ato de Resistência
Os organizadores, hein? Eles foram categóricos em dizer que o festival não era só sobre música e dança – era, acima de tudo, um espaço potente de discussão. Um lugar para fortalecer identidades, debater o combate ao racismo e valorizar uma cultura que, por séculos, tentaram calar. É de arrepiar, não é?
E a programação? Meu Deus, era diversa pra chuchu! Teve desde oficinas que ensinavam a arte milenar da confecção de turbantes – aqueles lindos, cheios de significado – até debates sérios e necessários sobre políticas públicas de igualdade racial. Teve também uma feira de empreendedorismo negro, mostrando a força econômica da comunidade, e apresentações artísticas que iam do maracatu ao hip-hop. Uma verdadeira miscelânea da criatividade negra.
O Sabor e o Saber das Raízes
E claro, ninguém é de ferro. A culinária era um capítulo à parte. Barracas oferecendo acarajé, feijoada, moqueca de banana da terra… pratos que são mais que comida; são narrativas de sobrevivência e sabor, passadas de geração em geração. Uma verdadeira viagem no tempo pelo paladar.
Parece que o evento conseguiu mesmo atingir seu objetivo grandioso: ser um farol. Um ponto de encontro para quem quer aprender, celebrar e, principalmente, não esquecer. Um lembrete poderoso de que a cultura quilombola está viva, pulsante e é absolutamente indispensável para o tecido social brasileiro. E que venham mais edições! A Região dos Lagos – e o mundo – precisam disso.