Imagine só: trinta e cinco mil pétalas dançando ao vento quente de Belém, cada uma contando uma história de fé. Não é exagero—é a promessa para o Círio de Nazaré de 2025, que vai transformar a capital paraense num verdadeiro tapete celestial.
Quem está por trás dessa empreitada? Dois artistas com as mãos abençoadas e a criatividade que vem direto do coração: Rogério Ferreira e Adrielle Cardoso. Eles não são simples decoradores; são contadores de histórias que usam flores como palavras.
Mais que números: um mar de significados
Trinta e cinco mil flores—é quase inacreditável. Mas no Círio, números viram sentimentos. Rogério, com seus 15 anos de estrada (ou melhor, de procissão), explica com uma paixão que contagia:
"Cada flor é um devoto. Cada arranjo, uma prece. Não estamos apenas enfeitando; estamos criando uma linguagem de cores e perfumes que fala direto com o coração de Nazaré."
E não são flores qualqueras. A equipe vai usar uma mistura explosiva de cravinas, margaridas, rosas e astromélias—cada uma escolhida a dedo para aguentar o sol forte de setembro sem perder a majestade.
Segredos da tradição com um toque de modernidade
O que me impressiona—e impressionará qualquer um que for à procissão—é a técnica. Eles usam aqueles espumas umedecidas especiais, sabe? Para manter as flores vivas como se ainda estivessem no jardim. É ciência a serviço da devoção.
E os carros alegóricos? Ah, esses sim serão testemunhas de uma evolução. Adrielle, que já viveu o Círio de todos os jeitos possíveis, revela:
"A gente mantém a alma tradicional, mas sempre coloca algo novo. Este ano, as surpresas vão emocionar até quem já viu tudo."
Ela fala com uma convicção que dá arrepios—sinal de que realmente teremos algo especial.
Um trabalho de formiguinha (ou de abelha!)
Agora pensa na logística: 35 mil flores não chegam por milagre. É um planejamento que começa meses antes, com encomendas de produtores locais—sim, porque priorizar a economia da região também é acto de fé.
E nos dias anteriores à procissão? Virará uma correria só. Dezenas de voluntários trabalhando com uma precisão quase militar, mas com um sorriso no rosto que só o Círio provoca.
É cansativo? Muito. Vale a pena? Rogério responde com outra pergunta: "Você já viu o sorriso de um devoto quando passa pelo carro todo florido? Isso não tem preço."
E é assim—com suor, criatividade e uma dose generosa de amor—que Belém se vestirá para encontrar sua Padroeira. Em 2025, as ruas não serão apenas de asfalto; serão de pétalas e promessas.
