
O mundo da moda nunca mais será o mesmo. E não, não é exagero. A saída de Anna Wintour do comando da Vogue americana — ela segue como diretor artístico global — é, por si só, um terremoto. Mas quem está chegando para assumir o leme? Chloe Malle. E carrega consigo muito mais que um currículo impecável.
Filha de um ex-embaixador dos EUA na França e de uma socialite nova-iorquina, Chloe respira política desde o berço. Não é à toa. Seu pai, o diplomata Anthony Malle, era um nome forte no Partido Democrata. E essa herança, claro, moldou sua visão de mundo.
Mas calma, isso não significa que a Vogue vai virar um panfleto partidário. Longe disso. A questão é outra: como essa bagagem influenciará a narrativa da revista mais poderosa da moda? A resposta é mais complexa — e interessante — do que parece.
Uma carreira construída a pulso
Chloe não chegou lá por acaso. Começou na Vogue em 2011, como assistente. Sim, lá no chão de fábrica. Trabalhou duro, subiu degrau por degrau. Editou a seção de Sociedade, depois assumiu o site. Conquistou respeito.
Seu estilo? Discreto, mas afiado. Profissionalíssimo. Diferente do furacão Wintour, é verdade. Mas talvez seja exatamente isso que a indústria precise agora — um contraponto.
O fantasma da política
Aqui é que a coisa fica realmente intrigante. Nos EUA, a polarização é tóxica. Tudo vira bandeira ideológica. Até a moda. E uma editora-chefe com ligações familiares tão explícitas com um partido… bem, é um campo minado.
Será que assinantes conservadores vão cancelar suas assinaturas? Patrocinadores vão hesitar? É uma possibilidade real. Mas também há o outro lado: uma geração mais jovem, engajada, que talvez veja com bons olhos uma publicação que não foge do debate.
O legado de Anna e o futuro
Anna Wintour é uma lenda. Ponto. Transformou a Vogue num império. Ditou tendências, carreiras, destinos. Sua sombra é longa — e assustadora para qualquer sucessor.
Chloe Malle não vai tentar ser uma nova Anna. Impossível. A aposta parece ser outra: modernizar sem perder a essência, conectar-se com novas audiências e, talvez, trazer uma dose de consciência social para as páginas brilhantes da revista.
O desafio é enorme. O olhar do mundo está sobre ela. A moda é um reflexo do seu tempo, e o nosso tempo é… complicado. Resta saber se Chloe conseguirá navegar essas águas turbulentas. Uma coisa é certa: todos estarão de olho.